Saúde, Ética & Justiça (Jul 2022)

Uma reflexão bioética sobre a perspectiva de acadêmicos de medicina sobre abortamento e descriminalização

  • Romana Suely Della Torre Marzarotto,
  • Letícia Yabushita Rigoti,
  • Mariane Okamoto Ferreira,
  • Caio Eduardo Alves de Oliveira Paes Leme Goulart,
  • Carlos Frederico de Almeida Rodrigues

Journal volume & issue
Vol. 27, no. 1

Abstract

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O abortamento é definido, pela Organização Mundial da Saúde, como a interrupção da gravidez antes da viabilidade fetal. Apesar de uma definição clara, o abortamento ou aborto aparece como uma questão de relevância bioética com diversas controvérsias muito discutida na “bioética de situações persistentes”. Este artigo tem por objetivo avaliar a opinião de acadêmicos de medicina de universidades públicas e privadas a respeito do abortamento, descriminalização e dos deveres do médico diante de uma situação de aborto provocado. Foram incluídas nesta pesquisa respostas de acadêmicos de Medicina (n=110) a questionário estruturado autoaplicado a respeito da descriminalização do abortamento. Os resultados demonstraram que a maioria dos alunos (89%) é favorável à descriminalização do aborto em várias situações, incluindo casos em que a lei brasileira ainda não permite o abortamento, como em caso de malformações compatíveis com a vida e alterações cromossômicas. Além disso, os alunos defendem que os principais responsáveis pela decisão sobre a realização do aborto sejam os dois progenitores. Discussões a respeito das implicações bioéticas do aborto e os direitos e deveres do médico nesse contexto são fundamentais, haja vista a ignorância que ainda existe sobre esse assunto.

Keywords