Brazilian Journal of Infectious Diseases (Sep 2022)

MANEJO DE INFECÇÃO DE CORRENTE SANGUÍNEA POR KLEBSIELLA PNEUMONIAE PRODUTORA DE METALOBETALACTAMASE DO TIPO NDM (NEW DELHI METALOBETALACTAMASE) E RESISTENTE A POLIMIXINA

  • Samylla Costa de Moura,
  • Rafael Correa Barros,
  • Luisa Akie Yamauchi Reyes,
  • Daniel Litardi Castorino Pereira,
  • Pedro Saliba e Borges,
  • Marli Sasaki,
  • Augusto Yamaguti,
  • Thaís Guimarães,
  • Durval Alex Gomes e Costa,
  • Alexandre Inacio Cruz de Paula

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102566

Abstract

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Introdução: As Metalobetalactamases NDM foram identificadas pela primeira vez em 2009 em cepas de Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli isoladas de um paciente sueco hospitalizado em New Delhi (Índia). São bactérias de difícil tratamento, principalmente quando existe resistência associada à polimixina. Objetivo: Registar um caso de sucesso de tratamento de infecção de grave por Klebsiella pneumoniae produtora de NDM e resistente à Polimixina utilizando Ceftazidima-Avibactam (CAZAVI) associada ao Aztreonam. Resultados: Paciente sexo feminino, 66 anos, em terapia renal substitutiva há dois anos por nefropatia diabética e hipertensiva e abuso de AINE. Histórico de tratamento de duas endocardites infecciosas, com última terminada duas semanas antes da internação. Em diálise por cateter semi-implantável. Durante sessão de hemodiálise, foi encaminhada ao pronto atendimento do Hospital do Servidor Público Estadual devido quadro de bacteremia associada a confusão mental. Na admissão do PS, paciente se encontrava em regular estado geral, acianótica, anictérica e afebril, vigil, desorientada em tempo e espaço. Sinais vitais: PA 247/117 mmHg, FC 66 bpm, SatO2 91%, FR 18 ipm. Não apresentava sinais de má perfusão. Leucograma com 20130 leucócitos (83% segmentados e 2% bastões) e PCR 24,5. Foi internada e iniciada antibioticoterapia com Ciprofloxacino intravenoso em monoterapia. Hemoculturas coletadas na admissão mostraram crescimento de Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenêmicos, com positividade em 14 horas no acesso venoso central e de 22 horas, do sangue periférico. Teste imunocromatográfico positivo metalobetalactamase NDM, além de polimixina resistente. Teste de sinergismo positivo entre ceftazidima/avibactam e aztreonam, através de ácido clavulâmico positivo. Fez diagnóstico de espondilodiscite em L4-L5 e novo ecocardiograma veio negativo para vegetações. Iniciada associação CAZAVI com aztreonam, com dose ajustada para função renal. Evoluiu com melhora clínica e laboratorial nas seguintes 48h. Apresentou culturas de controle negativas 5 dias após introdução dos antimicrobianos. Realizou 42 dias de tratamento com cura completa da espondilodiscite e melhora clínica. Conclusão: O CAZAVI não é inicialmente definido para tratamento de metalobetalactamases mas a associação com aztreonam, quando sinergismo possível, em infecções com possibilidades terapêuticas reduzidas deve ser utilizada.