Revista Portuguesa de Enfermagem de Reabilitação (Mar 2025)
Intervenções de reabilitação em enfermagem: ganhos em funcionalidade no autocuidado da pessoa com alterações neurológicas
Abstract
Introdução: A mortalidade por acidente vascular cerebral tem diminuído, mas a morbilidade continua a ser um desafio, tornando abordagens integradas essenciais para a readaptação e reintegração dos indivíduos. Os enfermeiros de reabilitação desempenham um papel central ao capacitar a pessoa e a família, visando maximizar a funcionalidade. Objetivo: Identificar as intervenções de Enfermagem de Reabilitação que resultam em ganhos em funcionalidade no autocuidado da pessoa com alterações neurológicas decorrentes de acidente vascular cerebral. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, nomeadamente uma rapid review, seguindo as diretrizes Instituto Joanna Briggs e a mnemónica PICO, com pesquisa na EBSCO nas bases de dados CINAHL, MEDLINE, MedicLatina e Psychology and Behavioral Sciences Collection, abrangendo artigos publicados entre janeiro de 2019 e agosto de 2024, uma vez que o ano de 2019 marcou mudanças significativas no domínio da reabilitação devido à pandemia de COVID-19. Resultados: Foram incluídos 5 estudos de caráter quantitativo: 2 estudos observacionais prospetivos e 3 experimentais, realizados em países europeus e sul americanos. Todos apresentam qualidade metodológica conforme as diretrizes do Instituto Joanna Briggs. Foram identificadas intervenções de Enfermagem de Reabilitação eficazes em três domínios principais: reabilitação motora, respiratória e cognitiva. Estas intervenções demonstraram melhorias significativas na saúde de utentes com alterações neurológicas decorrentes de AVC. Na reabilitação motora, registaram-se avanços em mobilidade, força muscular, amplitude articular, postura e equilíbrio. Já na reabilitação cognitiva, os ganhos foram evidentes na funcionalidade e na qualidade dos movimentos das extremidades superiores. Discussão: A reabilitação é essencial no acidente vascular cerebral, com a maior parte da recuperação a ocorrer nas primeiras 12 semanas após o evento. Intervenções neurológicas aumentam a independência funcional e a qualidade de vida física. Treinos diários podem fortalecer os membros inferiores, enquanto abordagens restaurativas e compensatórias melhoram a função neuropsicológica para apraxia dos membros superiores. Conclusões: Verificaram-se em funcionalidade no autocuidado da pessoa com alterações neurológicas decorrentes de acidente vascular cerebral resultantes de intervenções de enfermagem de reabilitação física e cognitiva, alinhadas com diretrizes profissionais.
Keywords