Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

Uso do paciente simulado para avaliação da dispensação de medicamentos por estudantes de farmácia

  • Tatiane Cristina Marques,
  • Dyego Carlos Souza Anacleto de Araújo,
  • Kerilin Stancine Santos Rocha,
  • Sabrina Cerqueira Santos,
  • Alex Santana Oliveira,
  • Divaldo Pereira de Lyra Junior

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2017.v2.s1.p.67
Journal volume & issue
Vol. 2, no. s.1

Abstract

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Introdução: o farmacêutico na dispensação de medicamentos fornece orientações ao paciente a fim de otimizar o uso da farmacoterapia e promover o uso racional de medicamentos. Entretanto, a literatura tem demonstrado carências no processo de formação acadêmica para a realização desse serviço. Nesse sentido, técnicas ativas de ensino, como a simulação, tem demonstrado serem efetivas para o treinamento e aprimoramento da qualidade da orientação na dispensação. Objetivo: avaliar o conteúdo da orientação na dispensação simulada de medicamentos realizada por estudantes de Farmácia. Metodologia: foi realizado um estudo transversal descritivo nos meses de novembro de 2016 e abril de 2017. A amostra foi composta por estudantes da disciplina de Assistência Farmacêutica do curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe, selecionados por conveniência. Para avaliação dos estudantes foi estruturado um cenário de farmácia comunitária no qual um paciente simulado, previamente treinado, interpretou um caso de dispensação de medicamento prescrito. As simulações foram gravadas em mídia audiovisual e a dispensação simulada foi analisada por meio do instrumento “Assesment of the Counseling Process”, adaptado transculturalmente para o Brasil. Resultados: foram realizadas vinte e sete simulações de dispensação utilizando a técnica do paciente simulado. A maioria dos estudantes perguntou para quem era o medicamento (96,2%) e verificou o uso de outros medicamentos pelo paciente (51,85%). Somente 22,22% perguntou sobre informações específicas do paciente. As principais orientações fornecidas pelos estudantes foram relacionadas a: indicação do medicamento (96,29%), posologia (96,29%), forma farmacêutica (100%), horário de administração do medicamento (88,88%), conduta em caso de esquecimento de dose (65,38). Somente 48,14% dos estudantes orientaram o paciente sobre questões relacionadas ao armazenamento do medicamento. Mais da metade dos estudantes perguntaram ao paciente sobre a necessidade de informações adicionais (55,55%) e a grande maioria (88,88%) verificou o entendimento do paciente sobre as orientações dadas. Em 59,25% das simulações, os estudantes dedicaram tempo suficiente ao paciente conforme o preconizado pela literatura (cinco minutos). Conclusão: os estudantes apresentaram boas práticas de orientação ao paciente na dispensação de medicamentos na maioria dos aspectos avaliados neste estudo. Nesse contexto, a técnica do paciente simulado pode ser utilizada para treinamento e avaliação de estudante no sentindo de melhorar a qualidade das práticas de orientação durante a dispensação.