Psicologia & Sociedade (Mar 2023)

OS PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO E EMANCIPAÇÃO POLÍTICA EM JACQUES RANCIÈRE

  • Angela Cristina Salgueiro Marques,
  • Marco Aurélio Máximo Prado

DOI
https://doi.org/10.1590/1807-0310/2022v34265750
Journal volume & issue
Vol. 34

Abstract

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Resumo: O objetivo deste artigo é realizar uma reflexão do conceito de subjetivação em Jacques Rancière, salientando a maneira como ele pensa a produção de sujeitos políticos desidentificados, que aparecem na cena polêmica por meio de relações e articulações desierarquizadas. Argumentamos que a potência disruptiva da política em Jacques Rancière não está na afirmação de si, mas na rearticulação entre elementos, que gera desidentificações e dá margem ao surgimento de identidades intervalares. O processo intersubjetivo de subjetivação configura e (re)cria uma cena polêmica sensível na qual se inventam modos de ser, ver e dizer, contestando a maneira como a partilha do mundo é feita e distribuída hierarquicamente, desigualmente, violando a dignidade e o reconhecimento do valor de cada forma de vida. A subjetivação promove arranjos e operações variadas, que desestabilizam e desmontam racionalidades que mantêm legibilidades, audibilidades e visualidades. Ela faz aparecer sujeitos em meio aos conflitos e às negociações por justiça.

Keywords