Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

AVALIAÇÃO DE TÉCNICA QUANTITATIVA NÃO INVASIVA NBM-200 (ORSENSE) PARA REALIZAÇÃO DE TRIAGEM DE ANEMIA EM POTENCIAIS DOADORAS DE SANGUE

  • LAS Nani,
  • PC Sierra,
  • CA Arrais,
  • AM Júnior,
  • V Rocha,
  • E Silvestre,
  • MB Silva

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S740

Abstract

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Introdução: Para doação de sangue no Brasil, no dia da doação, o candidato deve ter no mínimo 12,5 g/dL de hemoglobina (Hb) ou 38% de hematócrito (Ht) para mulheres e 13,0 g/dL de Hb ou 39% de Ht para os Homens, além de outros requisitos. Para avaliação dos níveis de Hb ou Ht, os bancos de sangue geralmente utilizam testes em amostras de polpa digital obtida através de metodologias invasivas, muitas vezes relacionadas com desconforto do candidato e que podem ser determinantes para o retorno ou não do mesmo ao serviço para outras doações. Neste cenário, as metodologias denominadas não invasivas têm ganhado destaque pela praticidade e preferência dos candidatos, mesmo sendo financeiramente mais onerosas. Uma das metodologias não invasivas, realizada através de tecnologia de oclusão espectroscópica com uso de sonda anelar, é o equipamento NBM-200 (OrSense Ltd.). Esta metodologia é de fácil manuseio, rápida em apresenta o resultado de maneira indolor para o candidato. Objetivos: Realizar estatística comparativa entre os resultados de triagem de hemoglobina (g/dL) em candidatos à doação de sangue, realizados paralelamente na metodologia não invasiva NBM-200 (OrSense) e em metodologia considerada Padrão Ouro. Material/metodologia: No primeiro semestre do ano de 2024, foram selecionadas 480 candidatas do sexo feminino em idade fértil para realização de triagem clínica de anemia utilizando a metodologia não invasiva NBM-200. Todos os resultados foram avaliados comparativamente em analisador hematológico Sysmex XN-550 (Sysmex Corporation), considerado Padrão Ouro para o parâmetro estudado (hemoglobina g/dL). Após a compilação de dados, foi realizada estatística descritiva, como também utilização do teste t-pareado, considerando como resultado estatisticamente significativo os casos com p ≤ 0,05. Resultados: Descritivamente os resultados médios de hemoglobina (g/dL) das 480 triagens realizadas foram de 13,79 g/dL (12,40-16,50) na metodologia NBM-200 e de 13,82 g/dL (10,20-16,60) no método Sysmex. A variação da média entre os dois métodos foi de 0,03 g/dL (0,21%), com um p de 0,544, não mostrando diferença significativa entre os resultados observados com as duas metodologias. Também dentre as 480 triagens realizadas na metodologia NBM-200 como aptas, 35 (7,292%) seriam consideradas reprovadas (hemoglobina < 12,5 g/dL) no padrão ouro. Discussão/conclusão: A aplicação do “teste de anemia”na triagem clínica visa principalmente à manutenção da integridade do candidato a doação; mas também, de certa maneira, garante uma quantidade mínima do teor de hemoglobina nas unidades transfusionais. O uso de metodologias não invasivas garante uma melhor experiência e retorno do candidato à doação bem como a praticidade na realização da técnica. Conforme se observa nesse estudo, o método NBM-200 foi validado para realização da triagem, considerando uma amostragem robusta de um grupo de risco para anemia, propenso á apresentar resultados baixos de Hb (mulheres em idade fértil). A amostragem de aproximadamente 7% de triagens que seriam recusadas se considerado o resultado apenas do padrão ouro, compreendem um número consideravelmente baixo e que em nenhuma situação apresentaram valores menores que 10,0 g/dL, situação essa que seria preocupante clinicamente para o candidato á doação.