Estudos Semióticos (Dec 2018)

Articulações entre desejo e proibição no cartaz do filme Lolita

  • Felipe Santos dos Reis

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2018.128866
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 3

Abstract

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Este artigo tem por objetivo realizar uma análise semiótica do cartaz de lançamento teatral do filme em Lolita em (EUA, Inglaterra, 1962), dirigido por Stanley Kubrick, a fim de descrever as inter-relações estabelecidas entre as linguagens verbal e imagética na constituição da unidade significante do texto. Adotando a perspectiva da Semiótica Discursiva, o estudo conduzido aqui parte da concepção de texto sincrético para investigar a produção de sentido por meio do percurso gerativo de sentido, no que concerne aos níveis fundamental, narrativo e discursivo. Mais especificamente, a descrição e interpretação do cartaz do filme Lolita (1962) tencionam identificar como a oposição desejo vs. proibição, que opera no nível fundamental e que organiza a construção de sentido do texto, pode ser também detectada no nível narrativo, por meio de uma descrição dos sujeitos e dos objetos nos quais os valores desses sujeitos são investidos, e, por fim, no nível discursivo, focalizando as categorias sintáticas de pessoa, tempo e espaço, a fim de examinar a forma como um sujeito da enunciação converte tais estruturas narrativas em discurso. A interpretação viabilizada pela teoria adotada aqui é capaz de explicar como o triângulo amoroso em torno do qual gira a narrativa fílmica (e também literária, a propósito) é representado em termos de quantidade de figuras e de organização de figuras e frases no suporte planar.

Keywords