Sur le Journalisme (Jun 2023)
L’information transnationale des « Convois de la liberté » canadiens dans l’espace numérique des Gilets jaunes
Abstract
FR. Cet article s’intéresse au rôle qu’a pu avoir Facebook dans la jonction qui s’est faite entre les Gilets jaunes français et les « Convois de la liberté » canadiens au début de l’année 2022. Alors que le mouvement des Gilets jaunes se caractérise par une activité orientée vers l’échelle locale, cette rencontre interroge la capacité des réseaux socionumériques à favoriser une internationalisation des luttes sociales. À partir de l’observation de publications d’un groupe Facebook, et de reportages diffusés en direct par un média indépendant lié au mouvement des Gilets jaunes, la recherche présentée montre que les affordances de la plateforme ont à la fois permis de faire circuler des messages générés depuis les manifestations outre-Atlantique, et produit un cadrage opposé au discours des médias dominants. Premièrement, la visibilité accrue des messages postés par des citoyens ordinaires équipés de smartphones tire parti de l’algorithme qui privilégie les contenus générant un fort engagement de la part des internautes. Cet engagement est également favorisé par les fonctionnalités de la plateforme qui permet une interaction entre participants. D’autre part, ces messages ont su trouver leur public grâce à une éditorialisation qui a rejoint la culture politique des Gilets jaunes. À cet égard, les formes alternatives de journalisme, produisant de l’information depuis les luttes sociales, se distinguent par un format éloigné des formats journalistiques traditionnels, en privilégiant un regard subjectif et engagé. Toutefois, cette activité se trouve elle aussi soumise à des impératifs d’audience, illustrant l’autonomie finalement relative accordée par les plateformes au journalisme indépendant. *** EN. This article examines the role Facebook played in connecting the French Gilets jaunes with the Canadian "Freedom Convoys" in early 2022. While the Gilets jaunes movement was characterized by its locally oriented activity, the interaction which occurred questions the ability of digital social networks to foster an internationalization of social struggles. Based on the observation of publications from a Facebook group, and reports streamed live by an independent media outlet linked to the Gilets jaunes movement, the research we present highlights how the platform's affordances have both enabled the circulation of messages generated from the demonstrations across the Atlantic, and produced a framing in opposition to mainstream media discourse. Firstly, the increased visibility of messages posted by ordinary citizens equipped with smartphones benefited from the algorithm, which promotes content that generates a high level of engagement on the part of internet users. This engagement is also facilitated by the platform's features, which enable interaction between participants. On the other hand, these messages have been able to find their audience thanks to an editorialization that matches the political culture of the Gilets jaunes. In this respect, alternative forms of journalism, which produce information from within the social struggles, stand out thanks to formats distinct from traditional journalistic formats, favoring a subjective and engaged viewpoint. However, this activity is also bound by audience imperatives, illustrating the ultimately relative autonomy granted by platforms to independent journalism. *** PT. Este artigo discute como o Facebook pode ter contribuído para a junção realizada entre os “Coletes Amarelos” franceses e os “Comboios da Liberdade” canadenses, no início de 2022. Já que o movimento dos Coletes Amarelos é caracterizado por atividades voltadas para a escala local, esse encontro questiona a capacidade das redes sociodigitais de promover a internacionalização das lutas sociais. A pesquisa apresentada baseia-se na observação de postagens em um grupo do Facebook e reportagens veiculadas ao vivo por uma mídia independente ligada ao movimento dos Coletes Amarelos. Demonstra-se que as affordances da plataforma propiciaram a circulação, de um lado ao outro do Atlântico, de mensagens produzidas de dentro dos protestos, além de gerar um enquadramento contrário ao discurso da mídia dominante. Em primeiro lugar, as mensagens postadas por cidadãos comuns munidos de smartphones ganham maior visibilidade ao serem beneficiadas pelo algoritmo, que favorece os conteúdos que geram um alto engajamento dos usuários. Esse engajamento também é promovido pelas funcionalidades da plataforma, que possibilita a interação entre os participantes. Por outro lado, essas mensagens encontraram seu público graças a uma editorialização alinhada com a cultura política dos Coletes Amarelos. Nesse sentido, as formas alternativas de jornalismo, que produzem informações a partir das lutas sociais, apresentam um formato que se distancia dos moldes jornalísticos tradicionais, priorizando um olhar subjetivo e engajado. No entanto, tal atividade também está pautada pela audiência, ilustrando que a autonomia concedida pelas plataformas ao jornalismo independente não deixa de ser relativa. ***
Keywords