Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

PREVALÊNCIA DA ANEMIA CARENCIAL DE FERRO EM MULHERES LATINO-AMERICANAS EM IDADE REPRODUTIVA: UM ESTUDO COMPARATIVO

  • JA Ferreira,
  • GN Christiano,
  • JYT Ono,
  • GO Alves,
  • VS Furlani

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S26 – S27

Abstract

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Objetivos: Analisar de forma comparativa a prevalência de anemia ferropriva em mulheres em idade reprodutiva, 15 a 49 anos, no ano de 2019 no Brasil e na América Latina. Material e métodos: Estudo ecológico, de caráter quantitativo, com base de dados proveniente do departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) e World Health Statistics 2023. Primeiramente, utilizou-se no DATASUS os seletores de período, CID-10, faixa etária e sexo, sendo, respectivamente: 2019, anemia por deficiência de ferro (D5O), 15 a 49 anos e feminino. No que tange ao World Health Statistics 2023, verificou-se a prevalência da anemia ferropriva em mulheres de 15 a 49 anos nos países da América Latina em 2019. Resultados: Os principais achados demonstram que, no período, a prevalência no Brasil permeava 16,1%, enquanto, nos demais países da América Latina os valores eram de 19%. No Brasil, com 2.480 casos de anemia na população estudada, as ocorrências por região foram: Sudeste (35%), Nordeste (28%), Sul (15%), Norte (11%) e Centro-Oeste (9%). Na América Latina, os países de maior prevalência foram: Haiti (47,7%), República Dominicana (26,4%), Bolívia (24,4%), Venezuela (24,2%), Paraguai (23%), Colômbia (21,2%) e Peru (20,6%). A média global foi 29,9%. Discussão: A prevalência da anemia ferropriva é um indicador base de saúde pública, visto que, possui causas não nutricionais e, principalmente, nutricionais. No que tange à mulheres em idade reprodutiva, a nocividade pode ser exacerbada pela influência da concentração de hemoglobina no sangue materno e seus reflexos na gravidez. A literatura evidencia alto risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer, baixos estoques de ferro ao nascer e déficit cognitivo em recém-nascidos. Ao analisar os países latino-americanos, nota-se que o Haiti possui os maiores índices de anemia na América Latina e também supera a média global de prevalência, assim, supõe-se maiores riscos atribuídos à gestação e ao desenvolvimento das crianças haitianas em relação aos demais países latino-americanos. No Brasil, a região Sudeste apresenta maior prevalência no país, além de ser superior à média global, evidenciando a carência de medidas para evitar os reflexos da anemia ferropriva nas mulheres em potencial de gestação e gestantes, principalmente por ser pilar da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança. Conclusão: O principal achado evidencia que o Brasil tem uma média menor de prevalência da anemia ferropriva em mulheres em relação à média dos demais países da América Latina. E fica evidente, inclusive, que a média da união e suas regiões se equiparam a alguns países da América Latina, supondo talvez, que apesar do subdesenvolvimento, podemos compartilhar similaridades em políticas públicas e traços genéticos em comparação ao restante do mundo. A média brasileira é 13,8% menor que a global, deixando ao entendimento subjetivo, que apesar da penúria, o país emprega políticas públicas e medidas assistenciais-preventivas que podem ter um real impacto nesse desfecho.