Revista Chilena de Literatura (Dec 2014)
La literatura marginal periférica y el silencio de la crítica
Abstract
Revisamos la recepción de la literatura marginal periférica en el campo literario brasileño. Este movimiento literario, nacido con el cambio de siglo, se distingue por ser producido por sujetos identificados con espacios de exclusión social, como periferias, favelas o presidios. En un primer momento, algunas obras de este tipo fueron acogidas con sorpresa, celebrando lo que era considerado un “descubrimiento insólito”. Se enfatizó principalmente su “mirada interna” sobre estos universos, con obras que proponen “pactos de lectura múltiples” combinando lo novelesco, lo testimonial y lo autobiográfico. Sin embargo, esta consideración no hace justicia a la riqueza y diversidad de este movimiento, que con la proliferación de saraus en las periferias de São Paulo, viene constituyendo un “sistema literario” independiente, marcado por la oralidad y la dimensión performática de lo literario. Ante este nuevo escenario, la crítica hegemónica permanece sorda. Revisamos a recepção da literatura marginal periférica no campo literário brasileiro. Este movimento literário, nascido na virada do século, se distingue por ser produzida por sujeitos identificados com espaços de exclusão social, como periferias, favelas ou presídios. Em um primeiro momento, algumas obras deste tipo foram acolhidas com surpresa, celebrando o que era considerado uma “descoberta insólita”. Enfatizou-se principalmente o seu “olhar interno” sobre estes universos, com obras que propõem “pactos de leitura múltipla” combinando o romanesco, o testemunhal, e o autobiográfico. Porém, esta consideração não faz jus à riqueza e diversidade desse movimento, que com a proliferação dos saraus nas periferias de São Paulo, vem construindo um “sistema literário” independente, marcado pela oralidade e a dimensão performática do literário. Ante este novo cenário, a crítica hegemônica permanece surda. We review the reception of Peripheral Marginal Literature in the Brazilian literary field. This literary movement, born at the turn of the century, is produced by subjects identified with spaces of social exclusion, such as urban peripheries, favelas, or prisons. At first, some works of this kind were received with surprise, celebrating what was considered to be an “unusual discovery”. There was usually an emphasis on its “internal view” of these universes, with books that propose “multiple reading pacts”, combining the novelistic, the testimonial, and the auto-biographical. However, this consideration does no justice to the wealth and diversity of this movement which, with the proliferation of saraus on the peripheries of São Paulo, is forming an independent “literary system” marked by orality and the performative dimension of literature. In this new scenario, hegemonic criticism remains deaf.