Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

DINÂMICA DAS SUBPOPULAÇÕES DE MONÓCITOS NA IMUNIDADE CELULAR DE PACIENTES CONVALECENTES DA INFECÇÃO PELO VÍRUS SARS-COV-2 (COVID-19)

  • NCT Belezia,
  • AL Silv-Junior,
  • LS Oliveira,
  • S Dias,
  • WLL Neves,
  • MDPSS Carvalho,
  • EC Sabino,
  • NA Fraiji,
  • AG Costa,
  • A Malheiro

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S116 – S117

Abstract

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Introdução: A COVID-19 tem sido uma doença de grande impacto para a saúde pública desde 2020. Sua causa se dá pela transmissão do SARS-CoV-2, um vírus altamente contagioso, que se desenvolveu rapidamente e evoluiu um quadro de pandemia. Sua veiculação pelo ar facilita a disseminação para muitos indivíduos e gera ampla variedade de sintomas, podendo ser classificados de leves a graves, além de terem alta taxa de mortalidade. Os monócitos foram descritos com uma função primordial no processo inflamatório e de retroalimentação positiva na resposta ao vírus, porém poucos estudos avaliam sua dinâmica na resposta convalescente da COVID-19. Objetivo: Descrever as subpopulações de monócitos circulantes na resposta imunológica de pacientes convalescentes da COVID-19. Material e métodos: Foram incluídos 50 pacientes convalescentes, sem sintomas a 30 dias prévios à coleta, do sexo masculino, e sem outras doenças infecciosas. Também foram incluídos 50 candidatos aptos à doação de sangue. Foi utilizado sangue total para imunofenotipagem dos subtipos de monócitos, com base na expressão de CD14, CD16 e HLA-DR. A aquisição dos dados foi feita por citometria de fluxo, no citômetro FACS Canto II e a estratégia foi feita no software FlowJo v. 10.6. O soro foi coletado e empregado na detecção de anticorpos IgG anti-S e anti-N por quimioluminescência na Fundação HEMOAM. Para análise estatística, foi realizada a comparação dos grupos pelo teste de Kruskall-Wallis, enquanto a correlação foi realizada pelo teste de Spearman. Todas as análises foram feitas no software GraphPad Prism v. 6.0, considerando intervalo de confiança de 95% e p significativo para p < 0.05. Resultados: Não foi identificada diferença estatística quanto aos dados sociodemográficos. Já na quantificação dos monócitos totais, foi observado um aumento significativo dos monócitos (p < 0,03), além das subpopulações, onde foi observada uma redução dos monócitos clássicos (p < 0,0001), e aumento nos monócitos intermediários (p < 0,0003) e não clássicos (p < 0,0001) nos convalescente. A análise de correlação mostrou uma correlação negativa entre os monócitos não clássicos e a produção de anticorpo IgG apenas anti-S. Discussão: Nossos resultados demonstraram um aumento significativo de monócitos totais na fase convalescente, o que parece ser guiado pelos monócitos intermediários e não clássicos. Esses resultados corroboram com diversos outros estudos publicados, os quais podem estar atrelados à função reparadora devido ao dano causado durante a fase aguda da doença. Conclusão: Os dados deste estudo demonstraram uma dinâmica dos monócitos na fase convalescente, mesmo após a cura clínica, que pode estar envolvido no quadro de COVID longa. Porém, mais estudos são necessários a fim de compreender a função dos monócitos durante a fase ativa da doença, bem como no desenrolar da fase convalescente.