Revista Diálogo Educacional (Sep 2020)
Um estudo sobre famílias de alunos de escola pública nas representações sociais construídas por docentes
Abstract
No Brasil, a universalização do acesso à escola pública desestabilizou a relação família-escola. Neste artigo, recorte de uma pesquisa de Doutorado em Educação, analisamos as representações sociais das famílias dos alunos de escola pública construídas por professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental e como essas representações orientam suas práticas. Constituíram-se referenciais teóricos para estudos de família e da relação família-escola autores como Scott (2011), Goldani (1993; 2005), Silva (2003; 2012), Nogueira (2006) e Thin (2006). A Teoria das Representações Sociais, originada por Moscovici, orientou a pesquisa. O estudo, de natureza qualitativa, foi realizado na Rede Municipal de Ensino do Recife-PE. A coleta de informações foi dividida em duas fases. Da primeira, participaram 15 professoras ; e da segunda, três dessas docentes. Na primeira fase, utilizamos a entrevista semiestruturada, procedimento de coleta de base. Na segunda, realizamos a observação de Plantões Pedagógicos, procedimento complementar. Para análise dos dados, usamos a Técnica de Análise de Conteúdo Categorial Temática. Nas representações sociais, construídas pelas professoras na confluência de saberes de origens diversas, as famílias dos alunos delegam funções à escola por serem, em sua maioria, “desestruturadas”. As representações revelam que há resistência à ampliação de funções da escola, mas mostram que essa ampliação orienta práticas. Nessas representações sociais, predomina um conteúdo representacional negativo que orienta práticas das docentes. A pesquisa poderá suscitar novas reflexões no âmbito das práticas formadoras, das práticas pedagógicas e docentes e das políticas educacionais.