Olhar de Professor (Dec 2012)

EDUCAÇÃO DO CAMPO: CONTEXTO E DESAFIOS DESTA POLÍTICA PÚBLICA

  • Antonio Munarim,
  • Geraldo Augusto Locks

DOI
https://doi.org/10.5212/OlharProfr.v.15i1.0006
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 01
pp. 83 – 95

Abstract

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This text discusses the rural context and Rural Education Policies in Santa Catarina, Brazil. The discussion draws on joint research conducted by researchers from the Federal University of Santa Catarina and the University of the Santa Catarina Plateau. The term “Education for Rural Populations”, a recent term in Brazil, has a politico-pedagogical connotation engendered in the National Movement for Rural Education to distinguish it from the concept of “rural education”, which prevails in Brazilian education. Rural education ignores the diversity, specificity and complexity of the subjects who live and work in the countryside. The Movement for Rural Education seeks to recognize and strengthen the enhances their identities. However, many challenges emerge when it comes to local implementation of the formal achievements of the Movement in the context of the Union. This paper gives special attention to the analysis of two main challenges: the cultural context of rural populations and the operationalization of a state policy to ensure the right to education of rural populations. Concerning the first challenge, it is observed that there is a cultural ethos in which one can identify different values and principles that guide choices, life projects, conceptions of space rural / urban, that have a big impact, for example, in the succession of generations in family units. In relation to the second challenge, it is observed that in addition to technical limitations in the management of public affairs, conformation of the political-legal Brazilian state acts in opposition to the social realization of the right to education. Resumo: Este texto busca refletir o contexto do campo e das políticas de educação do campo de Santa Catarina. A reflexão se inspira em pesquisa conjunta realizada por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina e da Universidade do Planalto Catarinense. A expressão educação do campo, recente no Brasil, tem uma conotação político-pedagógica engendrada no Movimento Nacional de Educação do Campo para se distinguir do conceito educação rural, prevalecente na educação brasileira. A educação rural desconsidera a diversidade, especificidade e complexidade dos sujeitos que vivem e trabalham no campo. O Movimento de Educação do Campo procura reconhecer e fortalecer o processo de resistência e emancipação dos povos do campo na luta pelo direito a uma educação que lhes valorize as identidades. Contudo, quando se trata da operacionalização local das conquistas formais do movimento dadas no âmbito da União, emergem muitos desafios. Neste trabalho, priorizamos a análise sobre duas grandes ordens de desafios: o contexto cultural do campo e a operacionalização de uma política de Estado para garantir o direito à educação dos povos do campo. Em essência, no primeiro caso verifica-se que existe um ethos cultural no qual que se pode identificar diferentes valores e princípios que orientam escolhas, projetos de vida, concepções de espaço campo/cidade, que impactam profundamente, por exemplo, na sucessão das gerações nas unidades familiares. No segundo caso, além de limitações técnicas na gestão da coisa pública, a conformação político-jurídica do Estado brasileiro joga ao contrário da realização do direito social à educação.

Keywords