Geologia USP. Série Científica (Oct 2006)

Fácies sedimentares e ambientes deposicionais associados aos sepósitos da Formação Barreiras no estado do Rio de Janeiro

  • Rute Maria Oliveira de Morais,
  • Claudio Limeira Mello,
  • Fábio de Oliveira Costa,
  • Paula de Freitas Santos

DOI
https://doi.org/10.5327/S1519-874X2006000300004
Journal volume & issue
Vol. 6, no. 2

Abstract

Read online

Este trabalho apresenta um estudo faciológico dos depósitos da Formação Barreiras aflorantes no Estado do Rio de Janeiro, entre Maricá e Barra de Itabapoana. Buscou-se, além da caracterização dos processos sedimentares e ambientes deposicionais relacionados a esta sedimentação, estabelecer bases para uma possível correlação com outros depósitos terciários presentes no Estado do Rio de Janeiro, pretendendo um melhor conhecimento da evolução sedimentar cenozóica em uma região continental adjacente a importantes bacias marginais. Foram descritas três fácies de cascalho, três fácies arenosas e duas fácies lamosas, que, em associação, permitiram interpretar a atuação conjunta de processos trativos de alta energia e processos suspensivos e por fluxos gravitacionais, relacionados a um paleoambiente deposicional de rios entrelaçados com leitos arenosos, localmente dominados por cascalhos, com a participação variável de fluxos de detritos. Na região de Búzios, a ocorrência de cascalhos polimíticos sustentados pela matriz, intercalados a areias lamosas, adjacente à Falha do Pai Vitório, foi relacionada a mecanismos tectônicos sin-sedimentares associados à evolução do Graben de Barra de São João. Na maior parte da área estudada, os depósitos da Formação Barreiras encontram-se recobertos, em discordância, por sedimentos areno-argilosos, com grânulos, apresentando, na base, níveis de cascalhos formados por quartzo e fragmentos de material ferruginizado - depósitos pós-Formação Barreiras. Os depósitos da Formação Barreiras podem ser considerados como faciologicamente semelhantes aos depósitos das formações Macacu e Resende, de idade eocênica-oligocênica. Diferem, principalmente, pela intensa ferruginização observada nos sedimentos aqui estudados, não tendo sido possível a obtenção de indicadores geocronológicos que assegurem a correlação com estas unidades.

Keywords