Revista Brasileira de Reumatologia (Jun 2005)

Anticorpos antifosfolípides em mulheres com antecedentes de perdas gestacionais: estudo caso-controle Antiphospholipid antibodies in women with recurrent pregnancy loss: a case-control study

  • Olívia Lúcia Nunes Costa,
  • Cláudio Brandão,
  • Mônica Maria Ribeiro Silva,
  • Kleber Santos Pimentel,
  • Mittermayer Barreto Santiago

DOI
https://doi.org/10.1590/S0482-50042005000300006
Journal volume & issue
Vol. 45, no. 3
pp. 119 – 123

Abstract

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OBJETIVO: determinar a prevalência de anticorpos antifosfolípides em mulheres com antecedentes de perdas gestacionais na população obstétrica em geral e verificar se os anticorpos antifosfolípides representam fator de risco para perdas gestacionais na população estudada. MÉTODOS: foi realizado um estudo caso-controle prospectivo com mulheres grávidas e não grávidas, atendidas numa maternidade pública entre março de 2003 e junho de 2004. As mulheres foram divididas em dois grupos de acordo com o passado obstétrico; 100 mulheres com antecedentes de perdas gestacionais de acordo com a definição estabelecida para o diagnóstico da síndrome antifosfolipídica e que não apresentassem outros fatores relacionados ao insucesso gestacional; 150 mulheres saudáveis com antecedentes de duas ou mais gestações bem sucedidas. A determinação do anticoagulante lúpico (AL) foi feita mediante os testes de TTPA, dRVVT de triagem e dRVVT confirmatório. Para a pesquisa dos anticorpos anticardiolipina (aCL) classes IgG e IgM foi utilizado o teste de ELISA. e os resultados semiquantitativos expressos em unidades GPL e MPL. RESULTADOS: o anticoagulante lúpico estava presente em 5% das pacientes-caso e 2% dos controles (p=0,27). Os anticorpos aCL IgG estavam presentes em 18% das pacientes-caso e 8,7% das pacientes-controle (p=0,028; OR=2,3; IC 95%=1-53). Na classe IgM, 5% de positividade para os casos e 1% para os controles (p=0,21). CONCLUSÕES: os anticorpos antifosfolípides (AL e/ou aCL IgG e/ou IgM) foram mais prevalentes nas mulheres com perdas gestacionais (28%) que na população obstétrica em geral (17%). As mulheres com aCL IgG têm duas vezes mais chance de ter perdas gestacionais que a população obstétrica em geral.OBJECTIVE: To determine the prevalence of antiphospholipid antibodies in women with pregnancy loss and verify if such antibodies represent a risk factor for pregnancy failure. METHODS: We performed a case-control study with 250 pregnant and non-pregnant women, seen at a public maternity between March of 2003 and June of 2004. The women were divided in two groups according to their obstetric past: 100 women with previous pregnancy loss, defined as the obstetric criteria of the antiphospholipid syndrome (cases) and 150 healthy women with record of two or more successful pregnancies (controls). Lupus anticoagulant was determined by aTTP and dRVVT tests. IgG and IgM anticardiolipin antibodies (aCL) were determined by a specific immunoassay (ELISA) and results were expressed as GPL or MPL units. RESULTS: Lupus anticoagulant was positive in 5% of the cases and 2% of the controls (p = 0.27). The IgG aCL antibodies were present in 18% of the cases and 8,7% of the controls (p = 0.028 ;OR = 2.3; IC 95% = 1-53) and IgM aCL in 5% of the cases and 1% of the controls (p = 0,21). CONCLUSIONS: Antiphospholipid antibodies were more prevalent in women with pregnancy loss (28%) than in general obstetric population (17%). Women with IgG aCL antibodies have higher chances of pregnancy loss.

Keywords