Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento (Nov 2022)

Os efeitos anti-inflamatórios da melatonina na obesidade: uma revisão da literatura

  • Caroline Prochnow,
  • Liane Gonçalves Borges,
  • Vivian Marques Miguel Suen,
  • Heitor Bernardes Pereira Delfino

Journal volume & issue
Vol. 16, no. 101
pp. 409 – 418

Abstract

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Introdução: A obesidade é uma doença de etiologia multifatorial responsável por gerar um estado de inflamação crônica subclínica. A melatonina, hormônio produzido fisiologicamente pela glândula pineal, vem sendo amplamente estudada por seu efeito anti-inflamatório em diversas doenças. Objetivo: Analisar os efeitos anti-inflamatórios da suplementação de melatonina no tratamento da obesidade. Materiais e Métodos: Esta revisão narrativa foi realizada por meio de levantamento de literatura, utilizando as bases de dados digitais Pubmed, Scielo, Lilacs, Google Acadêmico e Periódicos da CAPES. Resultados: Um estudo duplo cego randomizado, avaliou 44 mulheres com obesidade, que foram divididas de forma randomizada em um grupo que fez uso de melatonina (n=22) e em outro grupo que fez uso de placebo (n=22). Foi observado que apenas o grupo de pacientes que fez uso da melatonina apresentou redução significativa nas concentrações séricas de marcadores inflamatórios como TNF alfa, IL-6, hsCRP e MDA. Outro estudo duplo-cego randomizado, analisou 30 pacientes com obesidade que foram randomizados em 2 grupos, grupo 1 (n=15) recebeu 10 mg de melatonina e o grupo 2 (n=15) recebeu placebo. Com a suplementação de melatonina as concentrações de adiponectina omentina 1 e GPx (enzima antioxidante) aumentaram significativamente, enquanto os níveis de MDA (marcador de estresse oxidativo) diminuíram significativamente. Conclusão: Apesar dos estudos clínicos sobre este tema serem escassos e os existentes apresentarem um número amostral reduzido, os resultados até então demonstraram a eficácia da melatonina em contrabalancear os efeitos deletérios do excesso de tecido adiposo.

Keywords