Revista Tempos e Espaços em Educação (Apr 2016)
Repensar o Currículo como Emancipador
Abstract
Se é certo que os estudos curriculares tiveram o condão de, a partir da análise crítica, chamar a atenção para os conhecimentos veiculados pelo currículo, acusando-o de indutor de desigualdades sociais, também é certo que tal facto nos deixou a nós, estudiosos do currículo, num impasse relativamente à função da escola, trazendo à discussão o tipo de conhecimento que ela deve valorizar: um conhecimento experiencial, de senso comum, circunscrito às mundividências dos alunos, ou um conhecimento mais académico e especializado, mesmo que rotulado de elitista. Esta questão ganha maior significado num contexto de educação de massas, uma vez que a ortodoxia curricular entra em choque com a diversidade cultural, sendo por isso apresentada como castradora na construção de muitas outras identidades pessoais e sociais. Mas num mundo cada vez mais globalizado e altamente competitivo, de mudança acelerada a todos os níveis sob a batuta das tecnologias de informação e comunicação, não poderá o currículo ser efetivamente um instrumento de emancipação?