Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Apr 1999)

Reconstrução da geometria do ventrículo esquerdo com prótese semi-rígida de pericárdio bovino: experiência de 11 anos

  • Domingo M. BRAILE,
  • João Carlos F. LEAL,
  • Moacir F. GODOY,
  • Maria Angélica LEMOS,
  • Marcos ZAIANTCHICK

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-76381999000200002
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 2
pp. 71 – 74

Abstract

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O presente estudo tem como objetivo demonstrar os resultados com curva de sobrevivência até 11 anos de evolução, após o tratamento cirúrgico, usando prótese semi-rígida de pericárdio bovino em aneurisma de ventrículo esquerdo. Realizamos, de julho 1988 a novembro 1998, 56 procedimentos operatórios de reconstrução da geometria do ventrículo esquerdo, todos com prótese semi-rígida de pericárdio bovino, de forma padronizada, escolhendo a prótese de acordo com as medições estabelecidas. O diâmetro variou de 23 a 31 mm, com medidor específico para tática operatória. Dos 56 pacientes, 39 eram do sexo masculino e 17 do sexo feminino. A idade variou de 35 a 73 anos, com média de 56,57 anos. Avaliamos, de forma pareada, a fração de ejeção pelo método de Dodge/Kennedy e a contratilidade segmentar pela "definição das 100 cordas de encurtamento" por meio da ventriculografia. O seguimento foi de 100% dos pacientes até 11 anos. Ocorreram dois óbitos, sendo 1 (0,55%) hospitalar e 1 (0,55%) tardio. A fração de ejeção média passou de 0,37 para 0,57 sendo que o segmento que apresentou melhora mais importante foi o ântero-apical. A curva atuarial de livre de óbitos ao final do seguimento foi de 95,47% (intervalo de confiança 95%: 92,27% a 98,67%). Diante dos resultados, acreditamos que a utilização da prótese semi-rígida de pericárdio bovino, associada à idéia da reconstrução geométrica do ventrículo esquerdo, melhora a função ventricular e a sobrevivência a longo prazo.

Keywords