Planta Daninha (Dec 1998)
Resistência de amendoim - bravo aos herbicidas inibidores da enzima ALS Resistance of the weed wild poinsettia to ALS inhibitor herbicides
Abstract
Uma das práticas agrícolas mais eficientes para o controle de plantas daninhas na agricultura é o uso de herbicidas seletivos. Todavia, a aplicação de um mesmo herbicida, ou de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação, durante anos consecutivos, na mesma área, pode resultar na seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes a esses herbicidas. Com o objetivo de confirmar a resistência de um biótipo (E-298) da planta daninha amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla) aos herbicidas inibidores da enzima ALS, encontrado em área de cultivo de soja, no município de Cafelândia, PR, foi conduzido um experimento em área pertencente à Embrapa Soja, Londrina, PR. As plantas provenientes da população com suspeita de resistência foram tratadas com diversos herbicidas e doses, e comparadas com plantas de uma população suscetível de amendoim-bravo. Os tratamentos foram estabelecidos considerando as doses recomendadas dos herbicidas, metade delas e, duas, quatro e oito vezes superiores a recomendada. Os produtos e as doses aplicadas foram cloransulan nas doses 0,0; 0,015; 0,03;0,06; 0,12; 0,24 kg i.a./ha, mais o espalhante adesivo Agral 0,2% v/v, imazetaphapyr nas doses 0,0; 0,05; 0,1; 0,2; 0,4 e 0,8 kg i.a./ha, imazaquin nas doses 0,0; 0,075; 0,15; 0,3; 0,6; 1,2 kg i.a./ha, mais o espalhante adesivo Assist 0,3% v/v, sulfentrazone nas doses 0,0; 0,3; 0,6; 1,2; 2,4; 4,8 kg i.a./ha, mais o espalhante adesivo Assist 0,3% v/v, e lactofen nas doses 0,0; 0,082; 0,165; 0,33; 0,664; 1,329 kg i.a./ha. O biótipo resistente apresentou diferentes níveis de resistência cruzada entre os herbicidas cloransulan, imazethapyr e o imazaquin, e as relações médias de GR50 obtidas foram > 6,85; 11,90 e > 7,18, respectivamente. As curvas de dose-resposta do biótipo resistente apresentaram valores inferiores ao biótipo suscetível, em todas as doses estudadas para os herbicidas cloransulan, imazethapyr e imazaquin. Para os herbicidas sulfentrazone e lactofen, que apresentam mecanismo de ação diferente da inibição da enzima ALS, ocorreu alto índice de controle de ambos os biótipos de amendoim-bravo avaliados, principalmente, nas maiores doses, provando a não existência de resistência múltipla nesse biótipo de amendoim-bravo estudado.One of the most efficient methods of weed control in agriculture is the use of selective herbicides. However, repetitive use of the same herbicide or herbicides having the same mechanism of action, has led to the appearance of weed biotypes which have developed resistance. Thus, an experiment was carried out at Embrapa Soja, in Londrina, Paraná State, Brazil, in order to confirm whether or not there has been resistance of the weed E. heterophylla to the ALS inhibitor herbicides which had been sprayed for several years in a soybean field where the grower has observed failure of the weed control by the ALS inhibitor herbicides. The suspected resistant plants (E-298) from Cafelândia county, Paraná, Brazil, were treated with various doses of several herbicides, compared to a known susceptible biotype. The herbicides and its doses were cloransulan 0,0; 0,015; 0,03; 0,06; 0,12; 0,24 kg a.i./ha, plus Agral 0,2% v/v, imazetaphapyr 0,0; 0,05; 0,1; 0,2; 0,4 e 0,8 kg a.i./ha, imazaquin 0,0; 0,075; 0,15; 0,3; 0,6; 1,2 kg a.i./ha, plus Assist 0,3% v/v, sulfentrazone 0,0; 0,3; 0,6; 1,2; 2,4; 4,8 kg a.i./ha, plus Assist 0,3% v/v and lactofen 0,0; 0,082; 0,165; 0,33; 0,664; 1,329 kg a.i./ha.The results indicated different patterns of cross resistance to cloransulan, imazethapyr and imazaquin; and the GR50 ratios were 97.74; 11.90 and 10.86, respectively. The dose response curves of the resistant biotype presented lower values than the susceptible biotype in all the studied rates for the herbicides cloransulan, imazethapyr and imazaquin. On the other hand, there was no difference in the control between the resistant and susceptible biotypes when sulfentrazone and lactofen were sprayed. It was observed efficient control, mainly with the highest rates of both herbicides, proving that there is no multiple herbicide resistance of the wild poinsettia studied.
Keywords