Revista Subjetividades (Jul 2016)

Drogas, Biopolítica e Subjetividade: Interfaces entre Psicanálise e Genealogia

  • Raul Max Lucas da Costa,
  • Leonardo José Barreira Danziato

DOI
https://doi.org/10.5020/23590777.15.3.417-427
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 3

Abstract

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Nos tempos antigos, o consumo de drogas consistia numa prática cultural marcada por prédicas dietéticas. Contudo, na Época Moderna as drogas tornaram-se objetos do capitalismo mercantilista e em seguida sua produção inovada e ampliada a partir das operações técnicas e científicas no século XIX. No século XX, o controle biopolítico sobre os psicoativos levou a medicalização e a criminalização de seu consumo. Neste artigo objetivamos analisar os efeitos subjetivos da biopolítica das drogas. Buscaremos uma aproximação da teoria lacaniana dos discursos com a genealogia foucaultiana. Constatamos que a produção subjetiva do toxicômano foi contemporânea a produção do homo oeconomicus representando o seu avesso. A categoria toxicômano constituiu-se na fronteira entre a medicina e o direito, legitimando intervenções policiais e higienistas próprias do “Estado de Exceção”. Concluímos que a capitalização e a fabricação tecnocientífica das drogas e seu agenciamento biopolítico estão em função do dispositivo de gozo próprio da pós-modernidade.

Keywords