Revista Brasileira de Epidemiologia ()

Magnitude e variação da carga da mortalidade por câncer no Brasil e Unidades da Federação, 1990 e 2015

  • Maximiliano Ribeiro Guerra,
  • Maria Teresa Bustamante-Teixeira,
  • Camila Soares Lima Corrêa,
  • Daisy Maria Xavier de Abreu,
  • Maria Paula Curado,
  • Meghan Mooney,
  • Mohsen Naghavi,
  • Renato Teixeira,
  • Elisabeth Barboza França,
  • Deborah Carvalho Malta

DOI
https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050009
Journal volume & issue
Vol. 20, no. suppl 1
pp. 102 – 115

Abstract

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RESUMO: Objetivo: Analisar as taxas de mortalidade por neoplasia maligna no Brasil e nas Unidades da Federação (UF) nos anos de 1990 e 2015, segundo o sexo e principais tipos de câncer. Métodos: Com as estimativas de carga global de doença para o Brasil, foram calculadas taxas de mortalidade por câncer, ajustadas por idade e respectivos intervalos de incerteza de 95%, para o Brasil e UF, em 1990 e 2015, bem como a variação percentual dessas no período. Foram analisadas as principais causas de mortalidade por câncer segundo sexo, considerando as cinco taxas mais elevadas no país e para cada estado. Resultados: A taxa de mortalidade por câncer para homens e mulheres manteve-se estável entre os dois anos no país. O mesmo padrão de comportamento foi observado em praticamente todas as UF, sendo que a maioria dos estados da região Nordeste e metade da região Norte exibiram aumento não significativo das taxas de mortalidade. Em relação aos tipos, houve queda nas taxas de mortalidade para os cânceres de estômago em ambos os sexos (mulheres: -38,9%; homens: -37,3%), colo do útero em mulheres (-33,9%), e pulmão e esôfago em homens (-12,0% e -14,1%, respectivamente); em contrapartida, houve aumento para os cânceres de pulmão em mulheres (+20,7%) e de cólon e reto em homens (+29,5%). Conclusão: As diferenças de comportamento dos principais tipos de câncer, com queda principalmente nas regiões mais desenvolvidas e aumento nas regiões menos desenvolvidas do país, parecem refletir as desigualdades tanto socioeconômicas quanto de acesso aos serviços de saúde pela população brasileira.

Keywords