Veredas (Jan 2023)
Carta a Filêmon: a teologia da prisão
Abstract
Este artigo tem como tema o estudo do discurso constituinte teológico Carta a Filêmon, escrito por Paulo, durante o período em que esteve na prisão. Para o tratamento desse tema, mobilizamos o aparato teórico-metodológico da Análise de Discurso de linha francesa (AD), com base na perspectiva enunciativo-discursiva proposta por Dominique Maingueneau, em particular, a noção de discursos constituintes. Os discursos constituintes dão sentido aos atos da coletividade, são garantia de vários outros discursos, autorizam-se a si mesmos, fundam e não são fundados e, ao mesmo tempo, são auto e heteroconstituinte. Na carta a Filêmon, o enunciador organiza a sua própria enunciação por meio de uma cenografia epistolar, desenvolvida em um espaço físico-prisional e espiritual e num tempo (primeiro século) associados à figura do coenunciador. Assim, instrumentalizam-se linguisticamente a apresentação de si mesmo, do coenunciador e de princípios cristãos, como a fé, o amor e a liberdade.
Keywords