Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (Feb 2013)
Paracetamol e dipirona por via endovenosa aplicados à analgesia pós-operatória de pacientes pediátricos submetidos à amigdelectomia em hospital-dia: um estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego, placebo controlado Intravenous paracetamol and dipyrone for postoperative analgesia after day-case tonsillectomy in children: a prospective, randomized, double blind, placebo controlled study
Abstract
O manejo da dor pós-amigdelectomia pode ser feito com uma série de medicamentos. OBJETIVO: O presente estudo duplo-cego placebo controlado pretendeu avaliar a eficácia de paracetamol e dipirona administrados por via endovenosa na analgesia de pacientes pediátricos pós-amigdelectomia. MÉTODO: Cento e vinte crianças com idades entre três e seis anos submetidas à amigdelectomia com ou sem adenoidectomia e/ou entubação foram randomizadas para receber infusões de paracetamol (15 mg/kg), dipirona (15 mg/kg) ou placebo (0,9% NaCl) durante a cirurgia. As avaliações foram executadas com 0,25, 0,50, 1, 2, 4, 6h de pós-operatório. Petidina 0,25 mg/kg foi utilizada como analgésico de resgate. Dose acumulada de petidina foi o desfecho primário. Medições de intensidade da dor, alívio da dor, nível de sedação, náusea e vômitos, hemorragia no pós-operatório e outros efeitos adversos foram anotados. RESULTADOS: Nenhuma diferença significativa foi encontrada na dose acumulada de petidina entre os grupos paracetamol e dipirona. A dose acumulada de petidina foi significativamente menor nos grupos paracetamol e dipirona em comparação ao grupo placebo. Nenhuma diferença significativa foi observada entre os escores de dor no pós-operatório dos grupos durante o estudo. CONCLUSÃO: Paracetamol endovenoso tem eficácia analgésica semelhante à da dipirona endovenosa; ambos ajudam a reduzir a necessidade de opioides na analgesia pós-operatória de pacientes pediátricos submetidos à amigdelectomia em hospital-dia.Tonsillectomy is associated with severe postoperative pain for which, several drugs are employed for management. OBJECTIVE: In this double-blind, placebo-controlled study we aimed to evaluate the efficacy of intravenous paracetamol and dipyrone when used for post-tonsillectomy analgesia in children. METHOD: 120 children aged 3-6 yr, undergoing tonsillectomy with or without adenoidectomy and/or ventilation tube insertion were randomized to receive intraoperative infusions of paracetamol (15 mg/kg), dipyrone (15 mg/kg) or placebo (0.9% NaCl). Evaluation was carried out at 0.25, 0.50, 1, 2, 4, 6h postoperatively. Pethidine 0.25 mg/kg was utilized as rescue analgesic. Cumulative pethidine requirement was the primary outcome. Pain intensity measurement, pain relief, sedation level, nausea and vomiting, postoperative bleeding and any other adverse effects were noted. RESULTS: No significant difference was found in pethidine requirement between paracetamol and dipyrone groups. Cumulative pethidine requirement was significantly less in paracetamol and dipyrone groups vs. placebo. No significant difference was observed between groups in postoperative pain intensity scores throughout the study. CONCLUSION: Intravenous paracetamol is found to have a similar analgesic efficacy as intravenous dipyrone and they both help to reduce the opioid requirement for postoperative analgesia in pediatric day-case tonsillectomy.