Gestão e Desenvolvimento (Jan 2002)
Globalização e desenvolvimento regional
Abstract
A Economia, como ciência social, impõe que mesmo a análise do processo económico não fique confinada aos aspectos económicos; mais ainda quando está em causa o desenvolvimento, que não pode ser aferido apenas pelos resultados do crescimento da economia. Este contexto, levanta-se a dúvida sobre se a globalização tem estado ao serviço do desenvolvimento. A globalização está instalada, vem-se instalando desde sempre. Fases houve em que os portugueses contribuíram grandemente para ela. Mas só em relação a algum nivelamento dos preços ela trouxe “convergência”. Não a trouxe em relação à distribuição da riqueza. Conviria “regulá-la” nesse sentido. A globalização é por natureza, dada a escala que já assumiu, dificilmente controlável. Os “radicais” situam nela a causa maior da rotura dos sistemas naturais e da redução da diversidade. Mais geralmente, entende-se que a globalização, que não tem deixado subordinar-se à solidariedade, cria problemas éticos sérios: as grandes “corporações”, que dela se têm apossado, ultrapassando os limites e as capacidades dos Estados, tornam-se dificilmente “reguláveis”. Defende-se a necessidade de arvorar os objectivos do desenvolvimento em fins “últimos”, no quadro do desenvolvimento regional. Enumeram-se factores que se admite constituírem expectativas positivas nesse sentido: a nível da União Euroepia, o EDEC, o 2º Relatório sobre a Coesão, o próprio princípio da subsidiariedade; o PDR e as GOP, a nível nacional. Como qualquer acção concreta só pode realizar-se no território, nas regiões, as políticas de desenvolvimento regional irão condicionar a globalização, regulando-a. Princípio básico é que a globalização se assuma como instrumento do desenvolvimento e não só como instrumento do crescimento.
Keywords