Convergência Lusíada (Jun 2007)
Ser ou não ser filósofo
Abstract
Apesar da recusa de Agostinho da Silva em aceitar o qualificativo de filósofo, por o seu caminho se afastar da direcção dominante na intelectualidade contemporânea, entendo que a vox populi acerta ao reconhecê-lo como tal. Devemos-lhe o inestimável serviço de nos ter despertado para as virtualidades actuais e futurantes da tradição espiritual que une os povos de cultura lusíada. Ao dar-lhe expressão discursiva racional, consistência histórica e formulação programática assumiu o modelo do sábio que aponta o rumo a uma sociedade em crise e apela a uma superior consciência da dignidade humana, ao mesmo tempo que, numa desconcertante humildade, se apresenta como simples porta-voz dum saber comum, embora esquecido.