Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Oct 1975)

Meningite meningocócica: avaliação em período pré-epidêmico e epidêmico no Rio de Janeiro (1973-1975)

  • Nélson Jerônimo Lourenço,
  • João Ramos Costa Andrade,
  • Alexandre Ad'er Pereira,
  • José Augusto Adler Pereira,
  • Maria Cristina Maciel Plotkoviski,
  • Paulo Peixoto de Araújo,
  • Maria Lúcia de Barcellos Pereira,
  • Ricardo Marques Dias,
  • José Francisco de Melo,
  • Frederico Rangel Araújo,
  • Leyla Carvalho Gomes,
  • Luiz André Viana Fernandes,
  • Ítalo Suassuna

DOI
https://doi.org/10.1590/S0037-86821975000500002
Journal volume & issue
Vol. 9, no. 5
pp. 221 – 234

Abstract

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São relatadas observações acumuladas nos períodos pré-epidêmico e epidêmico (1973-1975) do atual surto de meningoencefalite meningocócica na área do Grande Rio, e realizados estudos bacteriológicos baseados em 1.000 casos suspeitos de meningoencefalite e submetidos à punção lombar, no Hospital Estadual São Sebastião. É proposto e discutido esquema simples e eficaz para processamento bacteriológico dos LCR suspeitos, a partir da colheita e pronta semeadura do material. É também discutida a real contribuição da bacterioscopia no diagnóstico presuntivo das meningoencefalites, definindo-se as limitações da técnica. Foi obtido elevado grau de isolamento de microorganismos, variando de 3%, para líquores entre zero e 10 células/mm' e 72%, para líquores acima de 1000 células/mm³. No decorrer do estudo, foram isoladas e caracterizadas 356 amostras bacterianas, assim discriminadas: N. meningitidis, 281; Haemophilus sp., 22; Enterobacteriaceae, 15; D. pneumoniae, 26; bastonetes gram negativos oxidattvos, 3; estreptococo beta hemolitico, 1 e enterococo, 1. As amostras de meningococos eram, em 15% dos casos, do grupo sorológico A, em 2% do grupo B e em 14%, do grupo sorológico C. Os testes de sensibilidade, em disco, aos agentes antimicrobianos principalmente utilizados na quimioprofilaxia e tratamento da doença meningocócica revelaram alto grau de sensibilidade das amostras ensaiadas a todos os agentes testados. A resistência à sulfadiazina sódica, em testes realizados segundo as normas preconizadas pela Food and Drug Administration (F.D.A.), revelaram elevado grau de resistência, particularmente dos meningococos do grupo C.