Angiologia e Cirurgia Vascular (Sep 2012)
Transposição da Veia Basílica: um contributo para a melhoria da técnica cirúrgica Basilic Vein Transposition: improvement of the surgical technique
Abstract
Introdução: O aumento crescente da população em hemodiálise tem implicado o recurso a acessos vasculares de maior complexidade técnica. A introdução de modificações na técnica cirúrgica da transposição da veia basílica (TVB) pretende agilizar o procedimento e diminuir a sua morbilidade. Métodos: Análise prospectiva das TVB efectuadas no CHP-HSA entre Setembro de 2005 e Setembro de 2009. Resultados: Efectuaram-se 74 TVB em 74 doentes, os quais tinham, em média, 2 acessos autólogos prévios. A TVB foi o primeiro acesso em 20,3% dos doentes. O intervalo médio de seguimento foi de 14,5 meses. Ocorreram 2 falências nos primeiros 30 dias. A taxa de patência secundária aos 3, 12 e 24 meses foi de 95,7%, 85,1% e 62,2%, respectivamente. A Diabetes associou-se a pior taxa de patência (p=0,018). A taxa de complicações perioperatórias foi de 28,4%, sendo a infecção a mais frequente (n=6, 8,1% do total de TVB). A trombose foi a principal causa de falência, tendo ocorrido em 24,3% de todas as TVB. Conclusões: Reconhece-se a superioridade do acesso autólogo, como a melhor opção de acesso vascular para hemodiálise. A TVB é subutilizada, devido às exigências técnicas e necessidades logísticas. Melhoramos a técnica cirúrgica e de tunelização, ao reduzir o tamanho das incisões e o tempo cirúrgico. Os nossos resultados revelaram uma boa patência a longo prazo, pelo que consideramos que deve ser mais utilizada.Introduction: The expanding haemodialysis population has lead to increased requirement for more complex vascular accesses. Modifications introduced in basilic vein transposition technique are intended to streamline the procedure and reduce its morbidity. Methods: All patients who underwent BVT from September 2005 to September 2009 in CHP-HSA were prospectively reviewed. Results: Seventy-four BVT were performed in 74 patients. Patients had a mean of 2.0 previous access attempts. BVT was the first access in 20.3% of the patients. Median follow-up was 14.5 months. There were two primary failures. Secondary patency rates were 95.7%, 85.1% and 62.2% at 3, 12 and 24 months, respectively. Diabetes was associated with poor patency. Perioperative complication rate was 28.4%, with infection being the most frequent (n=6, 8.1% of all TVB). Thrombosis was the main cause of failure, occurring in 24.3% of all TVB. Conclusion: Autologous access superiority is well established. BVT is an underused technique due to its surgical expertise needs and logistic demands. We improved the surgical technique and the tunneling technique, reducing the size of the incisions and the time of operation. Our results showed a good secondary patency rate and, in the authors view, this technique should be more widely used.