Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

FLUXO DO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA EM PACIENTES COM DOENÇA FALCIFORME E APRESENTAÇÃO DE CASOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • ND Silva,
  • AOR Sacramento,
  • AP Sousa,
  • ALR Santoro,
  • AK Vieira

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S507 – S508

Abstract

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Objetivos: Relatar a experiência sobre a organização e realização de palestras sobre o fluxo do processo de Transplante de Medula Óssea (TMO) alogênico em pacientes com doença falciforme da Fundação Hemominas (FH), e compreender os desafios enfrentados pela equipe. Materiais e métodos: O convite para as palestras foi realizado para os profissionais de todas as unidades da FH através do e-mail institucional e grupos de WhatsApp. Foi utilizado um formulário do Google Forms para inscrição dos interessados com informações sobre suas unidades, setores, função e telefone de contato. As palestras foram realizadas por duas médicas hematologistas da Hemominas que atuam também no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, onde o procedimento de transplante alogênico aparentado é realizado. A atividade aconteceu no auditório do Hemocentro de Belo Horizonte (HBH) com transmissão online por meio da plataforma Google Meet com duração de duas horas. Resultados: 41 profissionais se inscreveram através do formulário enviado, embora aqueles que não fizeram inscrição antecipadamente também tenham assistido às palestras. Durante a transmissão online foram registrados 25 acessos simultâneos e 19 profissionais participaram de forma presencial, totalizando 44 participantes, de 10 unidades da FH. Discussão: A proposta de realização de palestras sobre este tema foi feita a partir das dúvidas e inseguranças observadas no cotidiano da equipe que presta assistência ao paciente com doença falciforme. Foi observado grande interesse pelo tema do TMO, o qual contemplou profissionais de diferentes áreas de atuação, como: Assistentes Sociais, Psicólogas, Auxiliares Administrativos, Farmacêuticos, Enfermeiros, Ouvidora, Médicos, Residentes, Pedagogo, Gerente Técnico, Biólogos, Bioquímicos, Técnicos de Enfermagem e Fisioterapeutas. Alguns casos dos pacientes do HBH que passaram pelo procedimento foram abordados, e o relato de um paciente submetido ao transplante recentemente e cuja experiência é considerada exitosa foi apresentado por meio de um vídeo. As perguntas que sugiram foram relacionadas aos casos de rejeição do transplante, outra sobre a desistência de um paciente na fase final do processo, dúvidas sobre os critérios de compatibilidade familiar e tratamentos pós TMO. Levantou-se a necessidade de alinhamento de fluxo do processo em todas as unidades da instituição englobando outros profissionais da equipe, para além dos médicos, como assistentes sociais e psicólogas. Conclusão: O TMO é opção de tratamento curativo para as pessoas com doença falciforme, ofertada pelo SUS desde 2015. Observa-se entre os profissionais de saúde desconhecimento sobre o processo, aliado aos tabus relacionados aos riscos, sugerindo que pacientes que tem indicações e poderiam ser beneficiados com este procedimento, não chegam a ter informações desta modalidade de tratamento. É necessário que a equipe tenha momentos de educação continuada, para disseminar a informação e proporcionar trocas entre os profissionais envolvidos para melhor manejo clínico diante das demandas apresentadas e seja possível avaliar se mais pacientes do Estado de Minas Gerais podem ser submetidos ao TMO.