Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
LINFOMA DE HODGKIN CLÁSSICO DA VARIANTE ESCLEROSE NODULAR DE LOCALIZAÇÃO MEDIASTINAL
Abstract
Introdução: O linfoma de Hodgkin (LH) é uma neoplasia hematopoiética que acomete majoritariamente os linfócitos B, caracterizado por células malignas de Reed-Sternberg que se espalham constituindo o microambiente tumoral. A incidência de LH é mais comum em adultos jovens e adolescentes, apresentando um bom prognóstico. Objetivo: Relatar o caso de um paciente portador de linfoma de Hodgkin com ênfase na apresentação clínica, abordagem e terapêutica indicada. Método: As informações foram obtidas através de revisão do prontuário médico e da literatura sobre o tema. Resultados: Paciente 33 anos, sexo masculino, admitido no pronto socorro, em agosto de 2020, com quadro de dispneia aos esforços, ortopneia, rouquidão e edema em tórax superior e membros inferiores. Ao exame clínico, apresentou linfonodos palpáveis em regiões cervical, supraclavicular e axilar. As tomografias computadorizadas de região cervical, tórax e abdômen confirmaram múltiplas linfoadenomegalias cervicais, supraclaviculares, paratraqueais, mediastinais, retroperitoneais e na fossa ilíaca direita, além de moderado derrame pleural à direita e derrame pericárdico. O Ecodopplercardiograma transtorácico apresentou alterações compatíveis com hipertensão pulmonar significativa e derrame pericárdico moderado, sem sinais de tamponamento cardíaco. A Biópsia excisional revelou linfonodo supraclavicular com arquitetura geral desorganizada pela proliferação de células Hodgkin-símile e o exame imunohistoquímico foi compatível com linfoma de Hodgkin clássico da variante esclerose nodular. Após estabilização clínica e hemodinâmica, o paciente recebeu alta hospitalar, deu-se início à corticoterapia e o paciente foi encaminhado para tratamento oncológico e quimioterápico. Conclusão: As tomografias computadorizadas por emissão de pósitrons (PET-CT) revelaram evolução satisfatória do linfoma, com resposta metabólica completa sustentada e o paciente foi submetido a transplante de medula óssea autóloga em janeiro de 2022, mantendo boa evolução clínica. Destaca-se a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para o controle da doença e para a garantia da qualidade de vida.