Cadernos de Saúde Pública (Jul 2024)

Rede nacional de testes moleculares para detecção de Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae: experiência de implantação-piloto no Brasil

  • Pâmela Cristina Gaspar,
  • Angélica Espinosa Miranda,
  • Alisson Bigolin,
  • Amanda Alencar Cabral Morais,
  • Mayra Gonçalves Aragón,
  • José Athayde Vasconcelos Morais,
  • José Boullosa Alonso Neto,
  • Leonor Henriette de Lannoy,
  • Mauro Niskier Sanchez,
  • Draurio Barreira Cravo Neto,
  • Ximena Pamela Claudia Díaz Bermúdez,
  • Adele Schwartz Benzaken

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-311xpt123023
Journal volume & issue
Vol. 40, no. 7

Abstract

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Resumo: O objetivo deste estudo foi conhecer a opinião dos profissionais participantes da implantação-piloto de testes moleculares para detecção de Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae no Sistema Único de Saúde (SUS). Determinou-se a taxa de detecção de C. trachomatis e/ou N. gonorrhoeae e os fatores associados à infecção. A estratégia contou com laboratórios pertencentes à rede de carga viral de HIV e hepatites virais. A testagem teve como público-alvo pessoas mais vulnerabilizadas às infecções sexualmente transmissíveis, com coleta de amostras de urina e/ou swabs vaginal, endocervical e/ou uretral masculino. Questionários foram enviados aos gestores estaduais e profissionais de laboratório sobre a implantação-piloto. De maneira geral, as avaliações foram positivas. Entre as fraquezas, citou-se dificuldades na mudança do processo de trabalho, carência de recursos humanos, pouca sensibilidade de profissionais da assistência e ausência de tubo primário de urina, único insumo não fornecido. Como fortaleza, destaca-se aquisição centralizada de testes, compartilhamento de equipamentos e armazenamento de amostras à temperatura ambiente. Das 16.177 pessoas testadas, 1.004 (6,21%) foram positivas para C. trachomatis, 1.036 (6,4%) para N. gonorrhoeae e 239 (1,48%) para C. trachomatis/N. gonorrhoeae. A detecção de infecção ocorreu mais em pessoas jovens (≤ 24 vs. > 24 anos) (aOR = 2,65; IC95%: 2,38-2,96), do sexo masculino (aOR = 1,95; IC95%: 1,72-2,21), pardas/pretas (aOR = 1,06; IC95%: 1,05-1,11), na Região Sudeste (aOR = 1,08; IC95%: 1,02-1,13) e em amostras de secreção uretral (aOR = 1,46; IC95%: 1,41-1,52). Os resultados deste estudo demonstraram a importância da disponibilização da testagem em âmbito nacional, os quais subsidiaram a implantação da rede definitiva para detecção de C. trachomatis/N. gonorrhoeae no SUS.

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