Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento (Feb 2022)

Infusão versus necessidades da terapia nutricional enteral de pacientes internados em um hospital universitário

  • Maria de Nazareth de Lima Carneiro,
  • Daniela Lopes Gomes,
  • Manuela Maria de Lima Carvalhal,
  • Elenise da Silva Mota,
  • Lilian Pereira da Silva Costa

Journal volume & issue
Vol. 14, no. 91
pp. 1333 – 1343

Abstract

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Introdução: A Terapia Nutricional Enteral (TNE) é vista como uma estratégia para prevenir a perda de massa corporal, reduzir a gravidade da doença, diminuir complicações, diminuir o período de internação e impactar favoravelmente os resultados dos pacientes internados. Entretanto, frequentemente, os pacientes recebem valor energético e proteico inferiores às necessidades. Objetivo: Avaliar a infusão versus necessidades da TNE de pacientes em um hospital universitário. Materiais e métodos: Estudo descritivo, analítico, longitudinal, com pacientes em TNE, internados no período de maio a novembro de 2017. Foram coletados dados sociodemográficos, clínicos, antropométricos, relacionados à TNE e informações da triagem nutricional segundo o Nutritional Risk Screening (NRS-2002). As necessidades nutricionais foram estimadas segundo as recomendações da American Society for Parenteral and Enteral Nutrition. Na análise estatística, utilizou-se o Statistical Package for the Social Science, v. 21.0, considerando p<0,05. Resultados: 55 pacientes, 67,3% estavam eutróficos pelo Índice de Massa Corporal (IMC), 76,4% apresentaram grau de desnutrição pela circunferência do braço (%CB) e 96,4% estavam em risco nutricional pela NRS-2002. A prevalência de inadequação nas primeiras 72 horas de TNE foi de 44% e 62% para energia e proteína, respectivamente. Ao testar a correlação do IMC e da CB com a adequação energético-proteica da TNE, observou-se associação inversa significativa, em relação a adequação energética (r2= -0,254; p=0,045; r2= -0,362; p=0,003) e proteica (r2= -0,281; p=0,019; r2= -0,492; p<0,000). Conclusão: Diante da inadequação da oferta energético-proteica, sugere-se que estratégias de educação continuada e treinamentos para equipe multiprofissional devem ser implementados para garantir um aporte nutricional adequado.

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