Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PERFIL SOROLÓGICO DOS DOADORES DE SANGUE DOS HEMONUCLEOS DO ACRE

  • RG Oliveira,
  • DC Smielewski,
  • RCA Carvalho,
  • BC Almeida,
  • JA Kitano,
  • LHL Bastos,
  • KS Macedo,
  • ADM Alexandre,
  • ADRAS Benevides,
  • TCP Pinheiro

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S906 – S907

Abstract

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Objetivos: Descrever o perfil sorológico dos doadores de sangue dos Hemonúcleos do Acre. Materiais e métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, com dados referentes aos resultados sorológicos para Doença de Chagas, Hepatite B, Hepatite C, HIV, HTLV e Sífilis dos doadores de sangue dos hemonúcleos das cidades de Brasiléia/AC e Cruzeiro do Sul/AC, no período de 02 de janeiro de 2019 a 29 de dezembro de 2023 coletados do sistema de informação de dados utilizado no hemocentro, foram incluídas também as variáveis: sexo (masculino e feminino) e estado civil (solteiros, casados e outros). Todos os exames sorológicos de doadores no estado são realizados no hemocentro coordenador. Foi feita uma análise descritiva, utilizando o software “Excel”. Resultados: No período, 103.340 exames foram realizados, 35.250 (34,11%) de Brasiléia e 68.090 (65,89%) de Cruzeiro do Sul. Do total de exames do Hemonúcleo de Brasiléia, 219 (0,62%) testaram positivos para, pelo menos, um marcador. Dos exames de Cruzeiro do Sul, 606 (0,89%) apresentaram alguma positividade. Foi observada a seguinte prevalência de positividade para os marcadores sorológicos nos doadores de Brasiléia, em ordem decrescente: Hepatite B (63,01%), Sífilis (28,31%), HTLV (4,11%), HIV (1,83%), Doença de Chagas (1,37%) e Hepatite C (1,37%). Dos resultados positivos, 151 (68,95%) eram de doadores do sexo masculino. Ainda do total de positivos em Brasiléia, 63 (41,72%) eram de doadores solteiros, 62 (41,06%) de casados e 26 (17,22%) de doadores autodeclarados de outros estados civis. Nos exames do Hemonúcleo de Cruzeiro do Sul, observamos a seguinte prevalência: Hepatite B (66,01%), Sífilis (24,75%), Doença de Chagas (2,81%), Hepatite C (2,31%), HTLV (2,15%) e HIV (1,98%). Dos resultados positivos, 358 (59,08%) foram em doadores do sexo masculino e, com relação ao estado civil dos doadores que testaram positivos, 215 (60,06%) se declararam solteiros, 127 (35,47%) casados e 16 (4,47%) referiram outra situação civil. Discussão: Os bancos de sangue desempenham um papel crucial no controle da transmissão de infecções transmissíveis. Os estudos sobre o perfil sorológico de doadores de sangue revelam variações regionais e temporais na prevalência de infecções transmissíveis. Dados do boletim epidemiológico de hepatites virais do Ministério da Saúde, no período de 2000 a 2022, apontam altas taxas de hepatite B na região Norte, considerada endêmica para a doença, além de maior prevalência de positividade deste marcador em pessoas do sexo masculino (54,9%). Embora estes dados se refiram à população geral, eles justificam os achados neste estudo. Outro estudo recente feito num banco de sangue privado do Maranhão também demonstrou alta incidência de hepatite B (63,07%) e Sífilis (20%) em doadores de sangue, além de maior prevalência entre sorologias positivas para homens, mostrando semelhança com os dados encontrados no Acre. As doações com alguma sorologia positiva devem ser identificadas e descartadas a fim de evitar contaminações indiretas, preservando o bem-estar das pessoas que necessitarão de doações sanguíneas. Não há dados relatados sobre as sorologias descritas e o estado-civil. Conclusão: Conhecer o perfil sorológico dos doadores de sangue é uma ferramenta essencial para garantir a segurança do sangue doado, proteger a saúde dos receptores e dos próprios doadores e fornecer dados epidemiológicos cruciais para a saúde pública.