Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

LEUCEMIA DE CÉLULAS PLASMÁTICAS: RELATO DE CASO CLÍNICO

  • MFH Costa,
  • JCAKE Azevedo,
  • MP César,
  • VMA Bandeira,
  • MCG Silva,
  • MCB Correia

Journal volume & issue
Vol. 43
p. S161

Abstract

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Introdução: A leucemia de células plasmáticas é uma doença rara com prognóstico desfavorável, sobrevida menor que um ano e seu tratamento ainda é um desafio. Para seu diagnóstico, faz –se mister a apresentação de clonalidade dos plasmócitos, bem como uma detecção de pelo menos 20% no sangue periférico ou uma contagem total de plasmócitos de 2 x 109/L. Clinicamente pode exibir anemia, infecções de repetição e sangramentos e o tratamento deve ser iniciado imediatamente, devido à agressividade da doença. As quimioterapias disponíveis ainda mantêm os desfechos indesejados da doença, com sobrevidas de no máximo 36 meses: bortezomibe em combinação com ciclofosfamida e dexametasona, lenalidomida, talidomida, em combinação com corticoterapia, bem como VAD (vincristina+ dexametasona+doxorrubicina) e naqueles pacientes que toleram transplante de medula óssea (alogênico ou autólogo). Objetivo: Relatar um caso clínico de paciente com leucemia de células plasmáticas e seu tratamento instituído, bem como seu seguimento. Materiais e métodos: Após assinatura do termo de consentimento pelo paciente, foi realizada coleta dos dados do caso através do prontuário do paciente, bem como revisão de literatura através das principais bases de dados (Lilacs, BVS, Pubmed, Scielo), com os seguintes descritores em saúde: Leucemias; Plasmócitos;Antineoplásicos. Relato do caso: 62 a, sexo feminino, com diagnóstico de leucemia de células plasmáticas ao mielograma e imunofenotipagem (24% de plasmócitos), gamopatia kappa presente, com anemia importante ao diagnóstico com hb 5,5 g/dL. Ao diagnóstico, foi iniciado qt com ciclofosfamida+talidomida e dexametasona por 6 ciclos, encaminhada ao centro transplantador, porém a paciente não foi submetida ao procedimento por apresentar desnutrição importante. A doença recaiu pós 2 meses de remissão, sendo iniciado quimioterapia com VAD por 10 ciclos e a paciente atingiu remissão, porém após 1 ano em remissão, apresentou anemia com estudo medular com 73% de células plasmocitárias clonais, sendo iniciado tratamento com bortezomibe+ciclofosfamida e dexametasona. Atualmente após 12 ciclos de quimioterapia e o desejo de não ser submetida a transplante de medula óssea, a paciente segue há cerca de 1 ano em remissão. Importante ressaltar que não há mensuração de doença residual mínima para leucemias de células plasmáticas na instituição, sendo a doença mensurada apenas por mielograma. Discussão: Infelizmente não há ainda um tratamento eficiente e de cura para os portadores de leucemias de células plasmáticas, sendo os esquemas mais agressivos e com maior chance de remissão, aqueles com transplante de medula óssea em combinação. Neste caso relatado, a paciente não deseja seguir com o transplante, mesmo sendo orientada sobre a possibilidade de recaída da doença, bem como maior gravidade em cada recaída com possíveis ganhos mutacionais e maior resistência aos próximos tratamentos.