Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (Jul 2007)

Sexualidade na gravidez: Influência no bébé? Mitos, atitudes e informação das mães

  • Sara Martins,
  • Raquel Gouveia,
  • Susana Correia,
  • Catarina Nascimento,
  • Evangelista Rocha,
  • Joana Figueira,
  • Ana Rita Sandes,
  • Sandra Valente,
  • Lincoln Justo Silva

DOI
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v23i4.10380
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 4

Abstract

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Introdução: A gravidez envolve alterações fisiológicas e psicológicas que afectam vários aspectos da vivência da mulher, nomeadamente a sua sexualidade. Factores culturais e educacionais podem ter também uma influência importante na vivência da actividade sexual neste período. Objectivos: O objectivo deste estudo foi determinar a repercussão da gravidez na actividade sexual e seus possíveis factores condicionantes, assim como descrever a informação que as mulheres demonstram e as fontes de informação de que dispõem sobre os efeitos da actividade sexual durante a gravidez. Métodos: Estudo transversal analítico realizado na Maternidade de um Hospital Universitário com aplicação de um inquérito validado a uma amostra de 475 puérperas entre as 24 e as 28 horas pós-parto, em dias da semana pré-estabelecidos. Foram estudadas as variáveis respeitantes a caracterização sócio-demográfica, gravidez, parto, recém-nascido e sexualidade durante a gravidez. Na análise dos dados foram utilizados os programas estatísticos SPSS e STATA. Resultados: Verificou-se que a maioria das mulheres (59%) refere alteração da vivência da sexualidade com a gravidez, o que se relacionou com a idade (p=0,002) e a escolaridade (p=0,001), mas não com outros factores sócio-demográficos. Não se verificou correlação entre a actividade sexual durante a gravidez e a idade gestacional ou peso do recém-nascido ao nascer. Em relação à informação apresentada verificou-se que 53,9% das mulheres se encontram informadas sobre a sexualidade na gravidez e que 36,4% referem a comunicação social como principal fonte de informação. Conclusão: Considera-se necessário que os profissionais de saúde se envolvam na informação sobre sexualidade durante a gravidez, de forma a permitir uma vivência saudável da gravidez em todos os aspectos relacionais da mulher.

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