Reflexão & Ação (Dec 2015)

CORPO SURDO E SUAS SINGULARIDADES

  • Aline Rodrigues,
  • Angélica Vier Munhoz,
  • Morgana Domênica Hattge

DOI
https://doi.org/10.17058/rea.v23i3.6083
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 3
pp. 104 – 124

Abstract

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O presente artigo refere-se a um recorte da dissertação de mestrado realizada no Centro Universitário Univates no período de julho de 2013 a julho de 2015. Em meio a teorizações de filósofos da diferença, entre eles Deleuze e Barthes, toma-se o seguinte problema de pesquisa: Como um corpo surdo é pungido por outras vias que não a representação? Tal problema desdobra-se nos seguintes objetivos: compreender os modos pelos quais alguns corpos surdos se singularizam e como potencializam sua vida; carto(foto)grafar os afetos produzidos pelo corpo surdo em encontros com a fotografia. Estas carto(foto)grafias foram realizadas em momentos distintos, com três sujeitos surdos nas cidades de Lajeado/RS e Estrela/RS, a partir de trajetos percorridos com o uso da câmera fotográfica. O encontro com a obra “Caminhando”, de Lygia Clark (1964) serviu para que o percurso fosse pensado enquanto obra que se realiza no ato. Por vezes, um corpo inacabado, em movimento de constante recusa à fixação. Em muitas outras, apenas um corpo capturado por linhas estratificadas. Ao finalizar a pesquisa, percebe-se que a entrega do corpo é sempre algo difícil, de modo que fixa-se mais na objetividade e brevidade, do que naquilo que um corpo é capaz de produzir enquanto singularidade.

Keywords