DST (Sep 2001)

Condilomatose na gestação

  • Tricia M. Assad,
  • Mauro R.L. Passos,
  • Renato S. Bravo,
  • Gutemberg L. Almeida Filho,
  • Vandira M.S. Pinheiro

Journal volume & issue
Vol. 13, no. 5

Abstract

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A partir da detecção clínica dos casos de condilomatose em gestantes. no Setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis, da Universidade Federal Fluminense percebeu-se a relevância do tema. Este estudo versa sobre o perfil epidemiológico da condilomatose na gestação uma vez que a infecção pelo Papilomavírus Humano apresentou-se como a DST mais frequente nos estudos elaborados em gestantes. em nosso serviço. A pesquisa foi realizada através da análise de prontuários do primeiro atendimento clínico. no período de janeiro de 1999 a julho de 2000 no referido Setor. Foram estudados 1344 prontuários sendo selecionados 569 pertencentes ao sexo feminino. Como objeto de estudo, a gravidez incidiu sobre 12,5% destas mulheres. Entre as que incluíam-se no critério de seleção pequena parcela não apresentou diagnóstico de uma Doença Sexualmente Transmissível (3 pacientes) enquanto a maioria apresentava a infecção pelo Papilomavírus Humano (48 pacientes). Objetivou-se a análise da frequência de doenças sexualmente transmissíveis no período gestacional, em particular a condilomatose, caracterizando seu perfil epidemiológico e características clínicas neste período da vida da mulher. Para isso. realizou-se estudo retrospectivo do comportamento da infecção pelo HPV na gravidez. Os resultados apo.ntam que estas mulheres apresentam idade média de 19.5 anos, são solteiras e têm parceiro fixo exclusivo em sua maioria. Seu nível de escolaridade é baixo sendo que 85.9% destas mulheres possuem. no máximo, segundo grau incompleto. Em concordância, observa-se que 69% do contingente não têm uma profissão, forçando a renda familiar da maioria delas (66,2%) abaixo de cinco salários-mínimos. O estudo mostrou que 59.1 % das gestantes são primigestas e o abonamento já ocorreu em 16.9% das mulheres estudadas. O diagnóstico mais encontrado foi o da condilomatose, presente em 67,6% das gestantes, distribuído na maioria, na segunda metade da gestação. Faz-se ressaltar, que a infecção vaginal apresentou-se concomitante em 45,8% destas gestantes com infecção pelo HPV. enquanto a associação com alterações de Neoplasias Intra-epiteliais Cervicais ocorreram em 10.4% destas. As lesões que acometem genital externo predominaram (85,4%) e apresentaram característica multicêntrica em 43.7% dos casos. Desta forma podemos concluir que a avaliação ectoscopica da genitália externa da gestante em pré-natal, com equipe capacitada. pode facilmente diagnosticar a infecção pelo HPV que assume, neste período características próprias e de forma simples e com baixo custo realizar o tratamento de urna das DST mais comuns neste período.