Revista Educação e Cultura Contemporânea (Apr 2016)

Os sentidos do ser professor

  • Alda Judith Alves-Mazzotti,
  • Margot Campos Madeira,
  • Tânia Wilson,
  • Erotides Vieira Xavier,
  • Eliane Magalhães da Silva,
  • Livia Araujo,
  • Fernanda Santos

DOI
https://doi.org/10.5935/reeduc.v1i1.1986
Journal volume & issue
Vol. 1, no. 1

Abstract

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A preocupação com a identidade do professor tem sido objeto de inúmeros estudos na última década. Tais estudos buscam ressignificar as funções clássicas da escola e o papel do professor, com vistas a proporcionar ao aluno uma formação que o capacite a enfrentar os desafios que lhe são postos na contemporaneidade. A realidade, porém, não se transforma apenas pela adoção de boas idéias, mas sim pela mudança das representações, atitudes, valores e da própria identidade dos atores. Assim, este estudo se propôs a identificar as representações da identidade docente de professores da rede pública de ensino fundamental do Rio de Janeiro Optou-se pela abordagem estrutural da representação social proposta por Abric, com utilização de um teste de associação livre. Participaram do estudo 248 professores, 123 regentes de turmas do 1º segmento (1ª a 4ª séries) e 125 do 2º segmento (5ª a 8ª), do ensino fundamental. Os resultados indicaram diferenças significativas entre as representações dos dois grupos, refletidas nas configurações de seus núcleos centrais. No 1o segmento apenas um elemento —dedicação— aparece no núcleo central, enquanto no 2o destacam-se os termos dificuldades e luta. Assim, parece válido concluir que os professores do 1º segmento constróem o sentido do ser professor hoje em torno da idéia de dedicação, defendendo o núcleo tradicionalmente atribuído à função docente, enquanto para os do 2º segmento, ser professor hoje é lutar cotidianamente contra as inúmeras dificuldades que se interpõem entre ele e seus alunos.