Revista de Saúde Pública (Dec 2009)

Violências contra mulheres por parceiro íntimo em área urbana economicamente vulnerável, Brasília, DF Violencias contra mujeres por pareja íntima en área urbana económicamente vulnerable, Brasilia, Brasil Intimate partner violence against women in an economically vulnerable urban area, Central-West Brazil

  • Leides Barroso Azevedo Moura,
  • Lenora Gandolfi,
  • Ana Maria Nogales Vasconcelos,
  • Riccardo Pratesi

Journal volume & issue
Vol. 43, no. 6
pp. 944 – 953

Abstract

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OBJETIVO: Estimar a prevalência de tipos de violência e de comportamentos de controle praticados por parceiros íntimos contra mulheres residentes em área economicamente vulnerável. MÉTODOS: Conduziu-se estudo transversal com 278 mulheres de 15 a 49 anos que tiveram parceiros íntimos alguma vez na vida, residentes em uma área metropolitana de Brasília, DF, em 2007. Utilizou-se processo de amostragem aleatória sistemática. O instrumento de pesquisa constou de um questionário com 58 perguntas desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde. Foram analisadas as prevalências de violência física, psicológica e sexual. As variáveis independentes consideradas foram características sociodemográficas da mulher, de contexto familiar e comunitário bem como as sociodemográficas do parceiro, de comportamento (freqüência do uso de bebidas ou drogas ilícitas e relacionamento extraconjugal). RESULTADOS: A prevalência de violência psicológica foi a mais alta: 80,2% (n=223) das mulheres entrevistadas relataram pelo menos um ato no decorrer da vida e 50% (n=139) nos últimos 12 meses. A prevalência de violência física ao longo da vida foi (58,6%) e nos últimos 12 meses (32%), enquanto a prevalência de mulheres que sofreram violência sexual foi de 28,8% e 15,5%, respectivamente. CONCLUSÕES: As altas prevalências das violências mostram a magnitude da vulnerabilidade e das agressões praticadas contra mulheres nas relações com parceiros íntimos.OBJETIVO: Estimar la prevalencia de tipos de violencia y de comportamientos de control practicados por parejas íntimas contra mujeres residentes en área económicamente vulnerable. MÉTODOS: Se condujo estudio transversal con 278 mujeres de 15 a 49 años que tuvieron parejas íntimas alguna vez en la vida, residentes en un área metropolitana de Brasilia, capital de Brasil, en 2007. Se utilizó proceso de muestreo aleatorio sistemático. El instrumento de pesquisa constó de un cuestionario con 58 preguntas desarrollado por la Organización Mundial de la Salud. Fueron analizadas las prevalencias de violencia física, psicológica y sexual. Las variables independientes consideradas fueron características sociodemográficas de la mujer, de contexto familiar y comunitario así como las sociodemográficas de la pareja, de comportamiento (frecuencia de uso de bebidas o drogas ilícitas y relación extraconyugal). RESULTADOS: La prevalencia de violencia psicológica fue la más alta: 80,2% (n=223) de las mujeres entrevistadas relataron por lo menos un acto en el decorrer de la vida y 50% (n=139) en los últimos 12 meses. La prevalencia de violencia física a lo largo de la vida fue (58,6%) y en los últimos 12 meses (32%), mientras que la prevalencia de mujeres que sufrieron violencia sexual fue de 28,8% y 15,5%, respectivamente. CONCLUSIONES: Las altas prevalencias de las violencias muestran la magnitud de la vulnerabilidad y de las agresiones practicadas contra mujeres en las relaciones con parejas íntimas.OBJECTIVE: To estimate the prevalence of gender-based controlling behavior and types of violence committed by intimate partners against women living in an economically vulnerable area. METHODS: A cross-sectional study was performed with 278 women aged between 15 and 49 years, who had had at least one male intimate partner in their lives and lived in a metropolitan area of the city of Brasília, Central-West Brazil, in 2007. Systematic random sampling process was used. The research instrument consisted of a questionnaire with 58 questions, developed by the World Health Organization. Prevalences of physical, psychological and sexual violence were analyzed. Independent variables considered were women's sociodemographic, family and community context characteristics, in addition to their partners' sociodemographic and behavior characteristics (frequency of alcohol or illicit drug use and extra-marital relationship). RESULTS: The highest prevalence was that of psychological violence: 80.2% (n=223) of the women interviewed reported at least one act throughout their lives and 50% (n=139) in the last 12 months. Prevalence of physical violence was 58.6% throughout life and 32% in the last 12 months, whereas those of sexual violence were 28.8% and 15.5%, respectively. CONCLUSIONS: High prevalences of violence show the magnitude of vulnerability and aggressions committed against women in relationships with intimate partners.

Keywords