Revista Geographia (Jun 2012)
Múltiplos olhares, muitas imagens: o manejo de parques com base na complexidade social
Abstract
Os parques são Unidades de Conservação que representam uma estratégia de gestão do território, regulando as dinâmicas de uso dos recursos e ocupação do espaço. Esse assume diferentes identidades, que aumentam a complexidade da gestão dos parques, pois podem ser percebidos sob o foco de diferentes olhares, em múltiplas escalas e valores. O presente artigo objetiva realizar uma análise teórico-conceitual sobre o processo de inserção social dos parques, tendo como base o extenso debate de diferentes autores, com distintas formações e pontos de vista, sobre as relações entre os parques e as pessoas. Para tal, o texto parte da discussão conceitual sobre o espaço geográfico, suas dimensões diversas e os possíveis paralelismos com o conceito de parques. Argumenta-se que a constituição do espaço em um parque é um processo mutável emanado das relações de poder, que influenciam sua história e gestão, das subjetividades afetivas e das limitações e decisões administrativas. Em seguida, reforça-se a ideia de que a gestão dessas UCs sofre com a natureza multiescalar dos problemas, bem como com os diversos valores atribuídos aos espaços naturais protegidos. Nesse sentido, o conselho gestor de um parque assume grande importância, pois representa uma ponte de interligação entre essas diferentes escalas administrativas. Dessa maneira, ratifica-se a necessidade de conhecer o conjunto de percepções sobre o parque e sua administração como forma de abordar a complexidade das suas relações com a sociedade. Conclui-se que essa visão ampliada é importante para a conservação, pois subsidia um manejo que considera as dimensões humanas relacionadas aos parques.
Keywords