Revista Portuguesa de Cardiologia (Nov 2013)

Preditores de hipertensão pulmonar após tromboembolia pulmonar de risco intermédio a elevado

  • André Barros,
  • Rui Baptista,
  • Antony Nogueira,
  • Elisabete Jorge,
  • Rogério Teixeira,
  • Graça Castro,
  • Pedro Monteiro,
  • Luís Augusto Providência

Journal volume & issue
Vol. 32, no. 11
pp. 857 – 864

Abstract

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Resumo: Introdução: A tromboembolia pulmonar (TEP) é uma emergência cardiovascular comum que, juntamente com a hipertensão pulmonar tromboembólica crónica (HPTEC), se associa a alta mortalidade e morbilidade. Não há ainda consenso quanto à consecutividade destas patologias. Este estudo pretende determinar a incidência e fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão pulmonar (HTP) após uma TEP de risco intermédio a elevado. Métodos: Estudámos retrospetivamente 213 doentes com TEP de risco intermédio a elevado, entre 2000-2010, e comparamos dados demográficos, clínicos, laboratoriais e imagiológicos entre os doentes que manifestaram HTP durante o seguimento clínico (doentes que, pelo menos três meses após a alta, mantivessem pressões sistólicas na artéria pulmonar acima de 40 mmHg, estimadas por ecocardiografia) com os doentes que mantiveram pressões normais. Resultados: Identificou-se HTP após a TEP em 12,4% dos doentes. Foram fatores preditores para o desenvolvimento desta complicação a idade (hazard ratio [HR] 1,09 [intervalo de confiança {IC} 95% 1,02-1,20] por ano de idade, p = 0,012) e o índice de massa corporal (HR 1,19 [IC 95% 1,04-1,36] por kg m−2, p = 0,013). Conclusões: A HTP após uma TEP foi uma complicação relativamente comum na nossa série de doentes com um episódio agudo de TEP de risco intermédio a elevado. Identificamos como fatores preditores do desenvolvimento desta complicação a idade avançada e a obesidade. Abstract: Background: Pulmonary embolism (PE) is a common cardiovascular emergency that, when combined with chronic thromboembolic pulmonary hypertension (PH), is associated with high mortality and morbidity. We aimed to determine the incidence of and predisposing factors for the development of PH after a PE episode. Methods: A retrospective study was conducted in 213 patients admitted to an intensive care unit with intermediate-to-high risk PE between 2000 and 2010. Clinical data at admission were collected and the incidence of PH as assessed by echocardiography (estimated pulmonary systolic artery pressure over 40 mmHg) was determined. Multivariate analysis was used to determine predictors of development of PH. Results: PH was detected in 12.4% of patients after a mean follow-up of three years. Only age (hazard ratio [HR] 1.09, 95% confidence interval [CI] 1.02-1.20 per year; p=0.012) and body mass index (HR 1.19, 95% CI 1.04-1.36) per kg/m2, p=0.013) emerged as independent predictors of the development of this complication during follow-up. Conclusions: PH after PE was a relatively common complication in our series. We identified advanced age and increased body mass index as predisposing factors. Palavras-chave: Hipertensão pulmonar tromboembólica crónica, Tromboembolia-pulmonar, Fatores de risco, Índice de massa corporal, Obesidade, Idade, Keywords: Chronic thromboembolic pulmonary hypertension, Pulmonary embolism, Risk factors, Body mass index, Obesity, Age