Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-144 - DINÂMICA DE EXCREÇÃO EM SALIVA DO TORQUE TENO VÍRUS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS EM TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA

  • Julia Oliveira Goicoechea,
  • Ísis Oliveira Arruda,
  • Andressa Silva P. Victor,
  • Giovanna Francisco Correa,
  • Ana Luiza C. Marques,
  • Richarlisson Borges Morais,
  • Mônica Taminato,
  • Rodrigo Melim Zerbinati,
  • Paulo Henrique Braz-Silva

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 104067

Abstract

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Introdução: O Torque Teno vírus (TTV) é um vírus pequeno, não envelopado, de genoma circular de DNA de fita simples e sentido negativo que está amplamente presente no viroma humano e, apesar de ser considerado não patogênico, causa uma viremia persistente e está distribuído mundialmente, sendo detectado em diversos fluidos corporais em até 90% dos indivíduos saudáveis. A eliminação deste vírus é majoritariamente realizada pelo sistema imunológico, refletindo na carga viral do indivíduo e, por conta disso, pacientes imunossuprimidos, como os pacientes submetidos à terapia renal substitutiva (TRS), tendem a apresentar uma carga viral maior que a dos indivíduos saudáveis. A saliva é considerado um método não invasivo e, por possuir uma maior taxa de detecção do DNA do TTV e maior carga viral em comparação a outros fluidos, como o plasma, pode ser eficaz como um biomarcador do sistema imunológico destes pacientes com imunossupressão. Objetivo: O estudo apresentado pretende investigar a dinâmica de excreção do TTV em amostras de saliva de pacientes pediátricos com doença renal crônica (DRC) submetidos à TRS, a fim de estabelecer uma dinâmica de excreção viral e uma correlação entre a prevalência e carga viral com o impacto da terapia no sistema imunológico destes pacientes. Método: O estudo contou com um total de 86 indivíduos, separados em três grupos, sendo pacientes pediátricos, crianças (0-11 anos) e adolescentes (12-18 anos) e acompanhantes adultos (> 18 anos). Um total de 334 amostras de saliva foram coletadas da população de estudo no decorrer do tratamento, obtendo um máximo de 7 coletas e uma média de 4 coletas, sendo que a maioria dos indivíduos realizou 5 coletas. As amostras foram submetidas à extração de ácido nucleico total viral e detecção do TTV por PCR em tempo real quantitativo (qPCR). Resultados: O grupo de pacientes pediátricos crianças apresentou uma positividade média de 98,7% e uma carga viral média de 7,38 log cp/ml e o grupo de pacientes pediátricos adolescentes uma positividade média de 99% e uma carga viral média de 7,33 log cp/ml, enquanto o grupo dos acompanhantes apresentou uma positividade média de 95,6% e uma carga viral média de 5,73 log cp/ml. Conclusão: Sendo assim, observou-se que os pacientes pediátricos obtiveram uma maior positividade e carga viral em comparação aos acompanhantes adultos e que o TTV apresentou uma alta taxa de detecção em saliva, podendo ser um marcador para a progressão da DRC e o andamento da TRS nestes pacientes.