Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ANÁLISE DA MODULAÇÃO DE CÉLULAS DENDRÍTICAS POR VESÍCULAS EXTRACELULARES DERIVADAS DE LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA A

  • CRB Alves,
  • CLV Campos,
  • AEN Silva,
  • MS Vieira,
  • D Reis,
  • LS Xavier,
  • MHG Pereira,
  • LG Vaz,
  • H Santiago,
  • AS Paula

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S337 – S338

Abstract

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Introdução: A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é uma doença heterogênea e incurável. Tem como característica a proliferação e o acúmulo de linfócitos B maduros disfuncionais. A LLC contém diversos mecanismos capazes de modular o sistema imune. Um desses mecanismos é a liberação de microvesículas contendo receptores e ligantes em sua membrana, que contribuem para carreamento de metabólitos com a finalidade de alterar as funções e estado de ativação das células alvo, especialmente do sistema imunológico, promovendo um microambiente imunossupressor característico das doenças cancerígena Objetivo: Avaliar o fenótipo das células dendríticas diferenciadas na presença de microvesículas de pacientes com LLC e doadores saudáveis. Avaliar a capacidade funcional das células dendríticas diferenciadas com as microvesículas na ativação de linfócitos T CD4+e CD8+ em reação mista de linfócitos. Metodologia: Plasma e células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) foram obtidos do sangue periférico. Os linfócitos B de doadores saudáveis foram isolados utilizando um kit de beads magnéticas. Os linfócitos B e PBMCs foram cultivados em meio RPMI por 48 horas a 37°C. Após o cultivo, o sobrenadante foi coletado e ultracentrifugado a 100.000xg por 70 minutos a 4°C para obter as microvesículas. Monócitos de doadores saudáveis foram diferenciados em células dendríticas com GM-CSF e IL-4 na presença de microvesículas por 5 dias. No 5° dia, foi adicionado lipopolissacarídeo e mantidos em cultura por mais 48 horas. No 7° dia, o fenótipo das mo-DCs foi avaliado por citometria de fluxo, e a função foi analisada por co-cultivo com linfócitos T alogênicos após 4 dias. Resultados: Após a diferenciação, observou-se um aumento de mo-DCs CD11c+CD14+ (p = 0,0281) e uma diminuição de CD11c+CD14 (p = 0,0171) em comparação aos doadores saudáveis (DS). A frequência de HLA-DR em CD11c+CD14- apresentou redução, concomitante com as moléculas coestimuladoras CD80 e CD86. A intensidade de fluorescência (MFI) de HLA-DR, CD80 e CD86 diminuiu em CD11c+CD14-. As CD11c+CD14+ não mostraram redução na frequência de HLA-DR, CD80 e CD86, mas a MFI de HLA-DR e CD80 diminuiu em relação aos doadores saudáveis. Avaliando a capacidade funcional dos linfócitos T CD4+ e CD8+, observou-se diminuição na produção de Interferon e Fator de necrose tumoral (TNF) (p = 0,0373), (p = 0,0109), (p = 0,0084) e (p = 0,0193) respectivamente em relação aos doadores saudáveis. Além disso, houve um aumento na produção de interleucina 10 (IL-10). As vesículas de LLC induziram a diferenciação em linfócitos T reguladores (Treg) e induziu um aumento na produção de IL-10 (p = 0,0254). Discussão: As microvesículas de LLC induziram um perfil tolerogénico nas mo-DCs. Na avaliação funcional, as dendríticas induziram a diferenciação dos linfócitos em um perfil regulador. Conclusão: Concluímos que vesículas de pacientes com LLC afetam a diferenciação de monócitos em células dendríticas, promovendo um fenótipo tolerogénico que pode levar ao escape imunológico. Células dendríticas diferenciadas com vesículas de LLC modulam a diferenciação dos linfócitos T em direção a um fenótipo regulatório, sugerindo um importante mecanismo de evasão imunológica na LLC.