Jornal de Pediatria (Jun 2001)

Eficácia e segurança do uso inalatório da adrenalina-L na laringite pós-intubação utilizada em associação com a dexametasona Efficacy and safety of nebulized L-epinephrine associated with dexametasone in post-intubation laryngitis

  • Iracema C. O. Fernandes,
  • José Carlos Fernandes,
  • Andréa Cordeiro,
  • Shieh H. Hsin,
  • Albert Bousso,
  • Bernardo Ejzenberg,
  • Yassuhiko Okay

DOI
https://doi.org/10.1590/S0021-75572001000300008
Journal volume & issue
Vol. 77, no. 3
pp. 179 – 188

Abstract

Read online

OBJETIVO: avaliar a eficácia e a segurança do uso de adrenalina-L inalada na laringite pós-intubação como droga suplementar à dexametasona. MÉTODO: Estudo prospectivo, duplo-cego, controlado por placebo, randomizado, com duas coortes de pacientes com laringite pós-intubação de grau 3 a 6, aferido pelo escore de Downes e Raphaelly, durante dois anos. Os grupos, A e B, receberam dexametasona por via endovenosa e realizaram duas inalações com soro fisiológico, mas nestas apenas o grupo B recebeu adrenalina-L. A eficácia da adrenalina-L foi avaliada através da comparação do escore de Downes e Raphaelly. Os efeitos colaterais da adrenalina-L foram avaliados pela ocorrência de arritmia cardíaca, elevação da pressão arterial e da freqüência cardíaca médias no grupo B, em relação ao grupo A. RESULTADOS: Foram selecionados 22 pacientes para o grupo A (escore médio=4,8) e 19 para o grupo B (escore médio= 5,2). Após o início do tratamento, três pacientes do grupo A alcançaram o escore 8 e foram reintubados; este grupo também apresentou escore clínico médio maior do que o grupo B, durante as primeiras duas horas do protocolo, resultados não estatisticamente significantes. Não foram constatados efeitos colaterais atribuíveis à adrenalina. Os índices gasométricos foram adequados nos dois grupos, porém melhores no grupo controle. CONCLUSÕES: Não foi demonstrada maior eficácia no tratamento da laringite pós-intubação com o uso da adrenalina-L inalatória em crianças que receberam simultaneamente dexametasona endovenosa. Alguns indicadores apresentaram uma tendência favorável à terapêutica combinada e sugerem a realização de outras avaliações.OBJECTIVE: to assess the efficacy and safety of the use of nebulized L-epinephrine associated with dexamethasone in postintubation laryngitis. METHOD: We carried out a prospective, randomized, double-blind, placebo controlled study with two cohorts of patients with postintubation laryngitis graded 3 to 6 by Downes-Raphaelly score during two years. Our population was divided into two groups: A and B; both groups received intravenous dexamethasone and two doses of nebulized saline; however, only group B received L-epinephrine. The efficacy was assessed by Downes-Raphaelly score. The side effects of L-epinephrine were evaluated according to the occurrence of cardiac arrhythmia, increased blood pressure, and average heart rate of group B in comparison to group A. RESULTS: Twenty-two patients were included in group A (average score = 4.8) and 19 in group B (average score = 5.2). During treatment, 3 patients in group A presented a score of 8 and were reintubated. This group also showed higher mean clinical scores than group B during the first two hours of the protocol; these results were not statistically significant. No side effects were observed due to epinephrine. The gas blood measurements were adequate in both groups, but better in the control group. CONCLUSIONS: We did not observe increased efficacy for the treatment of postintubation laryngitis when nebulized L-epinephrine was used simultaneously with intravenous dexamethasone. Some indicators, however, did present a favorable trend when combined therapy was used and should be submitted to further evaluation.

Keywords