Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

O IMPACTO SOCIODEMOGRÁFICO NA INCIDÊNCIA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR NA BAHIA NOS ANOS DE 2010-2021

  • Mayane Macedo Pereira dos Santos,
  • Maria Eduarda Trindade Guimarães Magalhães,
  • Maria Tereza de Sá Sarmento,
  • Bruna Ribeiro Nery,
  • Daniel Costa Cordeiro,
  • Gabriela Barreto Espinheira,
  • Ianne Acássia Rapôso Duarte Costa,
  • Luísa Mayan Ventin Covre,
  • Marlon Borges do Nascimento Júnior,
  • Maria Eduarda Nogueira Conti Burgos

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103199

Abstract

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Introdução/Objetivo: Descrever o impacto sociodemográfico na incidência de leishmaniose tegumentar nos municípios da Bahia. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal e retrospectivo, realizado com dados secundários de Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e da plataforma DATASUS referentes ao período entre 2010 e 2021 para o estado da Bahia. As variáveis utilizadas foram os casos confirmados de Leishmaniose Tegumentar Americana por Região de Saúde (CIR) segundo o ano de notificação, o município residente e a zona (urbana ou rural). Resultados: Os municípios com as maiores taxas de incidência por 100 mil habitantes no ano de 2010 estão localizados no litoral e zona da mata atlântica sendo eles Valença (541), Santo Antônio de Jesus (369), Ilhéus (84) Itabuna (90) e Jequié (62). No decorrer da década, esses municípios se mantêm com níveis mais elevados que os demais, apesar de suas taxas terem diminuído, Valença apresentou a maior redução (84,11%). Outro fator que se mostrou influente sobre a taxa de incidência é a diferença de localidade da população residente das regiões de saúde pesquisada mostrando predomínio do número de casos na zona rural. Conclusão: A Bahia, como um dos estados brasileiros mais acometidos pela leishmaniose tegumentar, possui dados que refletem o impacto gerado por fatores sociodemográficos. Os municípios de maior incidência são localizados no litoral e na mata atlântica, onde a oferta abundante de umidade, sombra e matéria orgânica favorece a reprodução dos insetos flebotomíneos, que atuam como vetores da doença. Desse modo, se tornam necessárias medidas de prevenção e controle, como o como a monitorização dos vetores, agentes etiológicos, fontes de infecção e oferta de suporte às pessoas expostas.

Keywords