Revista Portuguesa de Cardiologia (Dec 2017)
What happens to non-responders in cardiac resynchronization therapy?
Abstract
Introduction and Objectives: Left ventricular reverse remodeling (LVRR) is strongly related to the long-term prognosis of patients undergoing cardiac resynchronization therapy (CRT). The aim of this study was to assess the long-term clinical outcome of patients without LVRR at six months after CRT implantation and to determine the prognostic impact of clinical response in this population. Methods: We analyzed 178 consecutive patients who underwent successful CRT device implantation (age 64±11 years; 69% male; 89% in New York Heart Association [NYHA] functional class III; 35% with ischemic cardiomyopathy). Clinical status and echocardiographic parameters were determined before and six months after CRT implantation. We identified those without criteria for LVRR (≥10% increase in left ventricular ejection fraction with ≥15% reduction in left ventricular end-systolic diameter compared to baseline). Clinical responders were defined by a sustained improvement of at least one NYHA functional class. Results: At six-month assessment after CRT, 109 (61%) patients showed LVRR. During a mean follow-up of 56±21 months, 47 (26%) patients died, with higher mortality in the group without LVRR (36% vs. 20%, p=0.023). Clinical response was greater in patients with LVRR (88% vs. 55%, p<0.001). In patients without LVRR, clinical response to CRT was the strongest independent predictor of survival (hazard ratio: 0.120; 95% confidence interval: 0.039-0.366; p<0.001). Conclusion: Although patients without LVRR six months after CRT implantation had a worse prognosis, with higher all-cause mortality, clinical response can be an independent predictor of survival in this population. Resumo: Introdução e objetivos: A remodelagem reversa do ventrículo esquerdo (RRVE) tem sido fortemente relacionada com o prognóstico em longo prazo de doentes submetidos à terapia de ressincronização cardíaca (TRC). O objetivo deste estudo foi avaliar o desfecho clínico a longo prazo de doentes sem RRVE aos seis meses após a implantação de TRC e definir o impacto prognóstico da resposta clínica nessa população. Métodos: Foram analisados 178 doentes submetidos à implantação de TRC (64 ± 11 anos, 69% do sexo masculino, 89% da classe funcional III da New York Heart Association (NYHA), 35% com cardiomiopatia isquémica). O estadio clínico e a avaliação ecocardiográfica foram feitos antes e após seis meses de TRC. Foram identificados aqueles que não tinham critérios de RRVE (aumento ≥ 10% na fração de ejeção com uma redução de ≥ 15% na dimensão sistólica do ventrículo esquerdo). Os respondedores clínicos foram definidos por uma melhoria sustentada de pelo menos uma classe funcional NYHA. Resultados: Aos seis meses de avaliação após TRC, 109 (61%) doentes apresentaram RRVE. Durante um seguimento médio de 56 ± 21 meses, 47 (26%) doentes morreram, com maior mortalidade no grupo sem RRVE (36% versus 20%, p = 0,023). A resposta clínica foi maior no grupo de doentes com RRVE (88% versus 55%, p < 0,001). Em doentes sem RRVE, a resposta clínica à TRC foi o maior preditor independente de sobrevida (hazard ratio: 0,120; IC95%: 0,039-0,366; p < 0,001). Conclusão: Embora doentes sem RRVE seis meses após a implantação da TRC apresentem um pior prognóstico com maior taxa de mortalidade por todas as causas, a resposta clínica pode ser um preditor independente de sobrevida nessa população. Keywords: Heart failure, Cardiac resynchronization therapy, Clinical response, Prognosis, Palavras-chave: Insuficiência cardíaca, Terapia de ressincronização cardíaca, Resposta clínica, Prognóstico