Princípios (Sep 2018)

Introspecção em Hannah Arendt

  • Ricardo George de Araújo Silva

DOI
https://doi.org/10.21680/1983-2109.2018v25n48ID14055
Journal volume & issue
Vol. 25, no. 48
pp. 231 – 258

Abstract

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O tema da introspecção aparece em A condição humana (1958) no último capítulo. Nessa oportunidade, Arendt discorre sobre a introspecção e a perda do senso comum. Nesse contexto, entendemos a perda do senso comum como a perda do sentido compartilhado ou, em outras palavras, como o esvaziamento do mundo. Quando a introspecção se torna uma característica do indivíduo pautada nesse movimento de voltar-se a si, o que está em jogo é o mundo. Ou seja, implica na perda do que nos faz políticos, se perde a pluralidade. Rahel Varnhagen foi, em nosso entendimento, a maior expressão dessa introspecção trabalhada por Hannah Arendt. Segundo Arendt, em Rahel, a realidade é subsumida no recôndito da “alma” e, em resguardo, já não deseja o mundo. Assim, fica a questão: é possível constituir vida pública enquanto vida política pautada na introspecção? Tomamos como aporte bibliográfico as obras A condição humana (1958) e Rahel Varnhagen (1957). Elegemos como metodologia a exegese textual.

Keywords