Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

AVALIAÇÃO DE ASPIRADO DE MEDULA ÓSSEA: PERFIL DE EXAMES REALIZADOS EM LABORATÓRIO DE GRANDE PORTE EM SÃO PAULO

  • P Vicari,
  • VC Queiroz,
  • VM Sthell,
  • SS Ioguy,
  • KMS Lacerda,
  • CC Cabral,
  • S Tufik

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S420 – S421

Abstract

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Introdução: O aspirado de medula óssea, mielograma, é amplamenterealizado em adultos e crianças para avaliar condições hematológicas benignase/ou malignas. Este exame pode fornecer informações vitais no diagnóstico emonitoramento de doenças hematológicas, infecciosas e reacionais. Quandoutilizado em conjunto com uma boa avaliação clínica e examescomplementares, o mielograma, torna-se crucial na avaliação complementar dosangue periférico. Objetivos: Analisar o perfil dos aspirados de medula óssea provenientes deum laboratório de grande porte em São Paulo. Casuística e métodos: Avaliamos retrospectivamente mielogramas analisadosde outubro a dezembro de 2020 em laboratório único. Foram analisados dadoscomo idade, sexo, indicação do mielograma, hemograma no momento dacoleta, patologias encontradas e sua distribuição. Resultados: Foram analisados 285 mielogramas, sendo 162(56,8%) dehomens; Idade mediana 57 anos (10 meses a 89 anos); 31(10,9%) amostrasnão possuíam indicação do motivo para a realização do exame. Dos254(89,1%) exames que possuíam tal dado, 33(13%) tinham Mieloma Múltiplo(MM) como principal suspeita diagnóstica, 19(7,5%) pancitopenia, 19(7,5%)anemia, 17(6,7%) plaquetopenia, 9(3,5%) leucopenia, 22(8,6) Leucemia Aguda(LA), 20(8%) Doença Mieloproliferativa Crônica (DMPC), 13(5,1%) doençalinfoproliferativa crônica/linfoma, 5(2%) leucocitose, 1(0,4%) calazar e 2(0,8%)pesquisa de metástase. Trinta e nove pacientes (15,3%) realizarammielograma na pesquisa de doença residual mensurável (DRM): 13(33,4%)para leucemia linfoblástica aguda, 8(20,6%) leucemia mieloide aguda; 6(15,4%)para leucemia promielocítica aguda, 5(12,8%) MM, 5(12,8%) LeucemiaMielóide Crônica e 1(2,5%) exame foi referenciado como DRM, porém nãohavia descrição da doença de base na solicitação médica. O resultado demielograma mais frequente foi o hipocelular/hemodiluição, correspondendo a49(17,2%) do total de exames avaliados, seguido por 39(13,7%) demielogramas normais. A presença de displasia de uma ou mais linhagenshematopoéticas esteve presente em 50(17,5%) das amostras analisadas,6(2,1%) síndrome mielodisplásica, 27(9,5%) LA, 22(7,7%) DMPC; 8(2,8%)hiperplasia megacariocítica, 2(0,7%) metástase de tumor sólido. Das 39pesquisas de DRM, 19 (48,7%) estavam em remissão morfológica pelomielograma. Devido a heterogeneidade do grupo analisado, os valoreshematimétricos médios encontrados no hemograma não foram estatisticamentesignificativos. Conclusão: Os mielogramas em nossa instituição foram realizados para umaampla gama de condições hematológicas que variam desde diagnóstico demalignidades altamente agressivas até doenças não malignas. A presença deum ou mais tipo de citopenias foi a indicação mais comum, seguida dapesquisa de DRM e suspeita de MM. A alta frequência de exameshipocelulares/hemodiluídos pode ser atribuída a dificuldades anatômicas oumesmo da patologia de base dos pacientes. Entretanto, não exclui anecessidade de treinamento e capacitação de profissionais para a realizaçãoda coleta de forma adequada. Assim, o mielograma é uma técnica manual eimportante ferramenta complementar na avaliação diagnóstica de muitaspatologias hematológicas. O sucesso de sua análise depende diretamentedesde a adequada indicação do exame, preenchimento de hipótese diagnósticaaté adequadas técnicas de coleta, confecção do esfregaço, coloração da amostra.