Semina: Ciências Agrárias (Jan 2025)

Detecção e isolamento de lentivírus caprino em células do cordão umbilical de cabras

  • Juscilânia Furtado Araújo,
  • Alice Andrioli,
  • Raymundo Rizaldo Pinheiro,
  • Renato Mesquita Peixoto,
  • Ana Lídia Madeira de Sousa ,
  • Ana Milena Cesar Lima,
  • Cíntia Daudt,
  • Gabriel Paula Amaral,
  • Samara Cristina Rocha Souza,
  • Maria Fátima da Silva Teixeira

DOI
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2025v46n1p213
Journal volume & issue
Vol. 46, no. 1

Abstract

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Os lentivírus de pequenos ruminantes (LVPRs), os quais englobam os lentivírus caprino e ovino, causam danos graves à saúde dos seus hospedeiros, diminuindo consideravelmente a produção e aumentando o descarte. A via intrauterina pode ser uma importante via de transmissão de LVPRs, uma vez que já foram detectados em recém-nascidos. Ademais, células do cordão umbilical apresentam permissividade à multiplicação desses vírus in vitro. Assim, objetivou-se detectar e isolar lentivírus caprino a partir de células mesenquimais da geleia de Wharton de cordão umbilical de cabras. Coletou-se 15 cordões umbilicais de oito cabras (sete positivas e uma negativa para LVPR via nPCR) submetidas à cesariana, os quais foram imersos em solução salina a 0,9% tratada. Em seguida, retirou-se a geleia de Wharton para cultivo em meio essencial mínimo (MEM) enriquecido, em estufa a 37°C e 5% de CO2, por 63 dias. Realizou-se troca de meio a cada sete dias, e a cada 21 dias realizou-se tripsinização e coleta do sobrenadante, destinado à reação em cadeia de polimerase nested (nPCR). A partir dos resultados positivos na nPCR foram escolhidos, aleatoriamente, três amostras para sequenciamento de DNA com finalidade de identificar o isolado viral. Observou-se que 40% (06/15) dos cordões foram positivos para lentivírus caprino (Lentivirus capartenc), anteriormente denominado vírus da artrite encefalite caprina (CAEV). Dos seis cordões positivos, um permaneceu positivo desde a primeira coleta do sobrenadante. Todas as amostras, com exceção das parcelas perdidas, apresentaram destruição celular e presença de sincício variando de um nível muito leve a um nível intenso. Constatamos também que 26% (04/15) das crias, com sangue coletado ao nascimento, apresentaram resultados positivos de nPCR para lentivírus caprino. As sequências de DNA quando alinhadas, revelou homologia entre si, e com as cepas padrões CAEV Co e MVV K1514 e com alguns isolados brasileiros descritos na literatura. Conclui-se que lentivírus caprino pode estar presente em células mesenquimais da geleia de Wharton de cordão umbilical de cabras naturalmente infectadas na forma de DNA pró-viral, oferecendo o risco de contaminação fetal.

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