Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (Jan 2006)

Estratificação de risco cardiovascular em doentes hipertensos.

  • Ana Margarida Coelho

DOI
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v22i1.10209
Journal volume & issue
Vol. 22, no. 1

Abstract

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Introdução A hipertensão arterial é um factor de risco cardiovascular cuja concomitância com outros factores de risco aumenta consideravelmente o risco cardiovascular global. É fundamental conhecermos este risco por forma a permitir a implementação de medidas preventivas e terapêuticas apropriadas nestes doentes. Objectivos: Avaliar a prevalência de factores de risco cardiovasculares numa população de hipertensos de uma lista de utentes e caracterizá-la quanto ao estádio de hipertensão arterial e ao grau de risco cardiovascular. Métodos: Tipo de estudo: Observacional, descritivo, transversal. Local: Centro de Saúde de Ermesinde/Unidade de Saúde de Alfena (C.S.E./U.S.A.), Portugal. População de estudo: Hipertensos com idade superior ou igual a 18 anos, inscritos numa lista de utentes de um Médico de Família no C.S.E./U.S.A. em Abril de 2003. As variáveis estudadas foram: sexo, idade, pressão arterial (PA), colesterol total, colesterol-LDL, colesterol-HDL, índice de massa corporal, tabagismo, diabetes mellitus, intolerância oral à glicose, anomalia da glicemia em jejum, história familiar de doença cardiovascular prematura, lesão de órgãos alvo e doenças clínicas associadas à hipertensão. A estratificação do risco cardiovascular foi obtida utilizando a escala de estratificação da OMS (1999). Resultados: PA óptima ou normal foi encontrada em 11,1% dos participantes, normal alta em 24,4%, hipertensão ligeira em 47,8%, hipertensão moderada em 12,2% e hipertensão severa em 4,4%. Elevada prevalência de factores de risco cardiovasculares nos hipertensos, com 91,1% a apresentar dois ou mais factores de risco, e 45,6% com quatro ou mais factores de risco. 16,7% dos indivíduos apresentavam risco cardiovascular reduzido, 35,6% risco médio, 23,3% risco elevado e 24,4% risco muito elevado. Conclusão: É necessário implementar medidas preventivas e terapêuticas direccionadas, no sentido da redução do risco cardiovascular. São necessários novos estudos, com aplicação das actuais guidelines para a hipertensão

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