Revista de Arqueologia (Dec 2015)

Arqueologia de Contrato na África do Sul: teorias viajantes, memória local e projetos globais

  • Nick Shepherd

DOI
https://doi.org/10.24885/sab.v28i2.429
Journal volume & issue
Vol. 28, no. 2
pp. 78 – 96

Abstract

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Este artigo analisa o desenvolvimento histórico da arqueologia de contrato na África do Sul, enfatizando a trajetória do pensamento e da pratica arqueológica local. Para tanto enfatizaremos três aspectos. Primeiro, consideraremos como a teoria metropolitana viaja, enraíza-se e tem feitos locais particulares como parte do ordenamento disciplinar do conhecimento e da pratica. Um segundo objetivo geral é pensar sobre o que está em jogo nas políticas de memória após o Apartheid e os efeitos da arqueologia de contrato na mediação e mitigação das lutas populares sobre direitos, recursos e representação. Defendo que, em muitos casos, a função da arqueologia de contrato é disciplinar e educar tal luta, desviando-os por caminhos aceitáveis e canais burocráticos. O terceiro busca pensar como a arqueologia de contrato funciona como parte do colonialismo global, como um instigador e facilitador dos projetos globais. Discuto brevemente o caso do Congresso Arqueológico Mundial (WAC) e a Mineradora Rio Tinto, como um exemplo de cooptação da linguagem de engajamento por uma organização global. Meu argumento ao longo desta reflexão é que a arqueologia de contrato recapitula o colonialismo essencial da arqueologia disciplinar, apresentando-o com uma nova face e um disfarce contemporâneo apropriados aos tempos globais e pós-coloniais.

Keywords